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Programa prevê
parto domiciliar
da Reportagem Local
Enfermeiras obstetrizes de São
Paulo começam a se preparar para
fazer partos em casa. O Corem
(Conselho Regional de Enfermagem) está incentivando a implantação do programa "home-care", no qual enfermeiros farão
atendimento domiciliar.
O programa inclui a formação de
grupos compostos por médico e
enfermeira obstetriz para o acompanhamento do pré-natal, parto e
pós-parto. Se o parto for normal,
será feito na própria casa pela própria enfermeira.
"Estamos defendendo a formação desses grupos ao mesmo
tempo que combatemos as parteiras clandestinas", afirma Claudio
Porto, da fiscalização do Coren.
De acordo com a legislação, só o
médico e a enfermeira obstetriz
podem realizar partos, esta última
apenas em nascimentos normais.
Segundo o Coren, fiscalizações
realizadas no último ano mostraram que em 70% das maternidades trabalhavam parteiras desqualificadas. Em muitas delas, auxiliares de enfermagem faziam os partos normais que o SUS pagava aos
médicos, situação que ainda prevalece em muitas regiões do país.
A lei, no entanto, não considera
que quase 300 mil crianças nascem
pelas mãos de parteiras tradicionais, o que significa mais de 15%
dos nascimentos do país.
Por conta dessa legislação, o ambulatório da favela Monte Azul, na
região sudoeste da cidade, não
vem fazendo partos desde abril
passado. A parteira Angela Geherke da Silva, formada na Alemanha, foi impedida de exercer a
profissão porque seu diploma não
é reconhecido no Brasil.
A casa de partos do Monte Azul
já realizou 1.200 partos nos últimos dez anos, com um índice de
3% de cesáreas, só comparável ao
de países europeus.
Angela Geherke matriculou-se
em um curso de pós-graduação
em obstetrícia e no final do ano
poderá voltar a fazer partos.
O Ministério da Saúde, por sua
vez, também está mudando sua visão de nascimento, incentivando o
parto humanizado e desestimulando as cesáreas.
(AB)
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