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"Problema está
nos médicos"
da Reportagem Local
O alto índice de cesárea no Brasil
não deve ser resolvido com medidas como a do parto em quarto de
hospital. Essa é a opinião do chefe
do departamento de ginecologia e
obstetrícia da Faculdade de Medicina da USP, Marcelo Zugaibe.
Segundo Zugaibe, esse problema
só se combate com a reeducação
dos médicos. "No geral, não são
as mulheres que ficam pedindo
para fazer a cirurgia. São os médicos que acabam difundindo a cesárea, principalmente por causa
dos horários marcados, que permitem realizar mais partos", diz.
Atualmente, em decorrência de
uma medida do Ministério da Saúde, o número de cesáreas tem de
ser reduzido para 40% do total de
partos em hospitais públicos. Esse
é o teto estabelecido pelo governo
para repassar as verbas.
"Essa medida é muito correta.
Mexeu no bolso, agora vai surtir
algum efeito", diz. Porém, no
Hospital das Clínicas, para onde
são encaminhados casos mais
complicados, o número de cesáreas não está sofrendo redução.
"Não tenho como fazer um parto normal em uma mulher com
cesáreas anteriores. Há muitos casos complicados que impedem esse tipo de parto. Eu vou ter de começar a recusar grávidas, porque
posso fazer um parto e não receber
verba do governo", afirmou o médico.
(CC)
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