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JUSTIÇA
Órgão cadastrará entidades assistenciais de Curitiba
Paraná cria central para facilitar aplicação de penas alternativas
FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba
O Tribunal de Justiça do Paraná
criou ontem a Central de Execução
de Penas Alternativas de Curitiba.
A central será responsável por
fazer cumprir as penas alternativas
aplicadas pelos juízes das 13 varas
criminais e de trânsito da cidade.
Gilberto Ferreira, juiz auxiliar da
Corregedoria do TJ-PR (Tribunal
de Justiça), afirma que a falta de
uma estrutura para sistematizar a
aplicação de penas alternativas dificulta o uso desse expediente.
As penas alternativas podem ser
aplicadas a pessoas condenadas a
até quatro anos de prisão. O condenado fica obrigado a prestar serviços à comunidade, geralmente
por meio de entidade assistencial.
Ferreira diz que, quando decide
aplicar a pena alternativa, o próprio juiz é obrigado a procurar
uma entidade que aceite o serviço
do condenado.
"Muitos juízes se sentem desestimulados em ter que fazer eles
próprios esse trabalho e acabam
optando pela não aplicação da pena", disse Ferreira. Como a condenação por até quatro anos dá ao
condenado o direito de cumprir a
pena em regime aberto, a sentença
acaba não sendo aplicada.
"Com a central, nós queremos
acabar com a sensação de impunidade que o não cumprimento dessas penas passa à sociedade."
A central vai cadastrar todas as
entidades assistenciais de Curitiba.
O juiz que aplicar uma pena alternativa transfere para a central o
processo do condenado. Vai caber
à central determinar em que lugar
o condenado irá cumpri-la, além
de fiscalizar o cumprimento. Segundo Ferreira, há em Curitiba
cerca de mil condenados que poderiam cumprir pena alternativa.
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