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São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2003

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VIOLÊNCIA

Técnico em informática foi morto em plena luz do dia em suposta tentativa de assalto; dois menores foram presos, um está foragido

Chileno é assassinado a tiro no Guarujá

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O técnico em informática chileno Waldo Arturo Ugalde Erazo, 51, foi morto no domingo, em plena luz do dia, por três menores no Guarujá (litoral paulista), durante uma suposta tentativa de assalto.
No final da tarde de ontem, a polícia ainda procurava o adolescente de 15 anos acusado de ter efetuado o disparo.
Erazo estava desde junho em São Paulo, a serviço da Altec, que é responsável por desenvolver sistemas de gerenciamento de informação para as unidades do banco Santander na América Latina.
Em companhia de duas de suas três filhas, ele passou o final de semana no Guarujá, no apartamento de um amigo, na praia da Enseada. A mulher estava em Santiago (Chile), onde vive a família.
Por volta das 16h de domingo, Erazo e as filhas Luretta, 15, e Paula, 24, voltavam da praia quando foram abordados na rua Chile por três adolescentes. Sem compreender o que os rapazes diziam, mas assustados, pai e filhas teriam tentado fugir, segundo a polícia. Após ser perseguido, o chileno levou um tiro. Os adolescentes fugiram sem levar nada.
Luretta e Paula apontaram no álbum da Delegacia Sede do Guarujá as fotos dos criminosos. Posteriormente, fizeram o reconhecimento formal de V.A.A., 14, e E.S.O., 15, capturados enquanto jogavam futebol no bairro Vila Zilda (periferia da cidade). Segundo o delegado titular do Guarujá, Milson Sérgio Calves, eles confessaram a participação no crime.
Calves afirmou que, "sem sombra de dúvidas", o autor do disparo é o adolescente de 15 anos apelidado de Catatau. Segundo ele, embora as buscas continuassem, familiares do rapaz procuraram a delegacia prometendo apresentá-lo ontem à tarde, o que não tinha acontecido até as 18h.
O delegado disse que os três são bastante conhecidos dos policiais locais devido ao histórico de pelo menos sete passagens pela delegacia, acusados de roubo e porte ilegal de arma.
Por várias vezes, a Agência Folha tentou contato por telefone na manhã e na tarde de ontem com o cônsul-geral do Chile em São Paulo, Mauricio Ugalde, mas ele não atendeu à reportagem.
Até ontem, o corpo do chileno permanecia no Instituto Médico Legal do Guarujá. Amanhã, deverá ser levado de avião para Santiago, onde será sepultado.
O chileno trabalhava temporariamente em São Paulo. O visto de trabalho, emitido no dia 1º de julho a pedido do Banespa (Banco do Estado de São Paulo S/A, de propriedade do grupo espanhol Santander), tinha prazo de validade até o próximo dia 30.
De acordo com o delegado Calves, são incomuns assassinatos de turistas no Guarujá. Segundo ele, a morte do chileno foi a única na qual um turista foi vítima nos últimos quatro anos.


Colaborou JOSÉ EDUARDO RONDON, da Agência Folha


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