São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 2005

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OUTRO LADO

Inspetor da Receita Federal nega que haja conflito de interesses

DA REPORTAGEM LOCAL

João Figueiredo, inspetor da Receita Federal no aeroporto de Cumbica, nega haver conflito de interesses e afirma que a tentativa de causar polêmica pelas cortesias dadas por empresas aéreas é uma ação de retaliação ao trabalho de moralização que ele diz ter adotado no local, assim como seu antecessor, nos últimos quatro anos.
"Existia uma verdadeira terra arrasada, uma terra de corrupção. A gente começou um trabalho para melhorar a parte ética", afirma o inspetor da Receita.
Ele cita como exemplo de interessados em prejudicá-lo as pessoas presas em operações recentes da instituição. Diz que já conseguiu prender "12 pessoas entre importadores e exportadores, mais de 30 despachantes, além de mandar quatro ou cinco [funcionários] para a corregedoria".
Para Figueiredo, assim como existem descontos a funcionários do aeroporto, há para alguns clientes comuns até em razão da disponibilidade de assentos.
A companhia aérea TAM foi procurada pela Folha desde anteontem, confirmou a passagem de Buenos Aires para o inspetor, mas diz não ter sido possível conferir a destinação das demais. A assessoria da empresa não detalhou que desconto foi dado -só que foi entre 50% e 75%.
A TAM afirmou não possuir uma política específica de concessão de cortesias para servidores e que analisa cada caso quando existe alguma solicitação. Afirma também que tudo depende do vôo, da data e do destino.
Ronaldo Lomônaco, superintendente da Receita, considera um caso "menos grave" quando não há favores às empresas.


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