|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
União quer reajustar multas de trânsito e vetar parcelamento
Medidas que fazem parte de revisão do código de trânsito também proíbem transportar de moto crianças com menos de dez anos
Valor máximo por exceder limite de velocidade passará a R$ 1.625; texto está
em análise na Casa Civil antes de ir para o Congresso
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Exceder a velocidade permitida nas vias públicas e estradas
do país pesará mais no bolso
dos motoristas. Além de aumentar de R$ 574,62 para R$
1.625 o valor máximo cobrado
de quem dirige mais rápido do
que o estabelecido, o governo
vai proibir o parcelamento de
multas. As medidas incluídas
na proposta de revisão do Código Nacional de Trânsito, encaminhada ontem pelo Ministério das Cidades para a Casa Civil, prevêem ainda a proibição
para transportar de moto
crianças com menos de dez
anos de idade.
O texto -que ainda será avaliado pela área jurídica da Casa
Civil antes de ser encaminhado
ao Congresso Nacional na forma de um projeto de lei- também amplia de um para dois
anos o período em que os candidatos a tirar a carteira de habilitação não podem registrar
nenhuma infração no trânsito
considerada grave ou gravíssima e muda a referência para
medir quem ultrapassou o limite de velocidade.
Apertar a punição para quem
dirige acima dos limites das
vias e dificultar práticas ilegais
como o uso de laranjas para a
transferência de multas foram
os focos principais do trabalho
que envolveu vários ministérios, segundo o ministro Márcio Fortes (Cidades).
"Queremos tornar mais difícil e mais caro não seguir as regras. Estamos fechando as brechas que existiam, sabendo que
sempre vai ter gente tentando
furá-las", disse.
No caso das pessoas que
transferem multas para laranjas e, assim, evitam ter a carteira suspensa, será criado um
banco de dados de motoristas
que têm habilitação, mas não
têm carro para acompanhamento das multas.
A regulamentação desse tema, no entanto, dependerá de
regulamentação do Contran
(Conselho Nacional de Trânsito). O parcelamento, que vinha
sendo feito por muitos Detrans
será expressamente proibido
em lei.
"Recolhimento será integral
e no ato. Se os bancos quiserem
lançar linhas de financiamento
desse pagamento é outra história. Mas o Detran receberá à
vista", disse.
Valores
O governo optou por trocar
os percentuais por valores fixos
na hora de estabelecer os limites de velocidade. Até então, a
infração era considerada gravíssima, rendia multa de R$
574,62 e suspensão da carteira
se a velocidade registrada fosse
superior a 50% do valor permitida para a via.
Agora, se o motorista estiver
numa velocidade até acima de
30 km/h do valor fixado para o
local, já estará cometendo uma
infração gravíssima e terá que
pagar multa de até R$ 1.625,
além de perder a carteira.
Os valores das multas subiram, em média, 70%. Eles foram corrigidos pelo IPCA desde fevereiro de 2002. No caso
de infrações consideradas mais
leves, como jogar lixo na rua pela janela do carro e estacionar
em local proibido, terão o valor
aumentado de R$ 53,20 e R$
85,13 para R$ 90 e R$ 145, respectivamente.
Já nas graves a multa passará
de R$ 127,69 para R$ 240. Nas
gravíssimas subirá de R$ 191,54
para R$ 325, sendo que, dependendo da velocidade, o valor cobrado poderá ser multiplicado
por até cinco vezes, alcançando
R$ 1.625.
Texto Anterior: Crime deveria ser inafiançável, diz viúva de vítima Próximo Texto: Multa em outro Estado impede licenciamento Índice
|