São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

União quer reajustar multas de trânsito e vetar parcelamento

Medidas que fazem parte de revisão do código de trânsito também proíbem transportar de moto crianças com menos de dez anos

Valor máximo por exceder limite de velocidade passará a R$ 1.625; texto está em análise na Casa Civil antes de ir para o Congresso

SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Exceder a velocidade permitida nas vias públicas e estradas do país pesará mais no bolso dos motoristas. Além de aumentar de R$ 574,62 para R$ 1.625 o valor máximo cobrado de quem dirige mais rápido do que o estabelecido, o governo vai proibir o parcelamento de multas. As medidas incluídas na proposta de revisão do Código Nacional de Trânsito, encaminhada ontem pelo Ministério das Cidades para a Casa Civil, prevêem ainda a proibição para transportar de moto crianças com menos de dez anos de idade.
O texto -que ainda será avaliado pela área jurídica da Casa Civil antes de ser encaminhado ao Congresso Nacional na forma de um projeto de lei- também amplia de um para dois anos o período em que os candidatos a tirar a carteira de habilitação não podem registrar nenhuma infração no trânsito considerada grave ou gravíssima e muda a referência para medir quem ultrapassou o limite de velocidade.
Apertar a punição para quem dirige acima dos limites das vias e dificultar práticas ilegais como o uso de laranjas para a transferência de multas foram os focos principais do trabalho que envolveu vários ministérios, segundo o ministro Márcio Fortes (Cidades).
"Queremos tornar mais difícil e mais caro não seguir as regras. Estamos fechando as brechas que existiam, sabendo que sempre vai ter gente tentando furá-las", disse.
No caso das pessoas que transferem multas para laranjas e, assim, evitam ter a carteira suspensa, será criado um banco de dados de motoristas que têm habilitação, mas não têm carro para acompanhamento das multas.
A regulamentação desse tema, no entanto, dependerá de regulamentação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). O parcelamento, que vinha sendo feito por muitos Detrans será expressamente proibido em lei.
"Recolhimento será integral e no ato. Se os bancos quiserem lançar linhas de financiamento desse pagamento é outra história. Mas o Detran receberá à vista", disse.

Valores
O governo optou por trocar os percentuais por valores fixos na hora de estabelecer os limites de velocidade. Até então, a infração era considerada gravíssima, rendia multa de R$ 574,62 e suspensão da carteira se a velocidade registrada fosse superior a 50% do valor permitida para a via.
Agora, se o motorista estiver numa velocidade até acima de 30 km/h do valor fixado para o local, já estará cometendo uma infração gravíssima e terá que pagar multa de até R$ 1.625, além de perder a carteira.
Os valores das multas subiram, em média, 70%. Eles foram corrigidos pelo IPCA desde fevereiro de 2002. No caso de infrações consideradas mais leves, como jogar lixo na rua pela janela do carro e estacionar em local proibido, terão o valor aumentado de R$ 53,20 e R$ 85,13 para R$ 90 e R$ 145, respectivamente.
Já nas graves a multa passará de R$ 127,69 para R$ 240. Nas gravíssimas subirá de R$ 191,54 para R$ 325, sendo que, dependendo da velocidade, o valor cobrado poderá ser multiplicado por até cinco vezes, alcançando R$ 1.625.


Texto Anterior: Crime deveria ser inafiançável, diz viúva de vítima
Próximo Texto: Multa em outro Estado impede licenciamento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.