CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A contínua queda nos índices de aprovação da prefeitura e as reclamações saídas do Palácio dos Bandeirantes pesaram para o recuo do prefeito Gilberto Kassab. Segundo interlocutores de Kassab, pesquisas encomendadas pelo prefeito registram uma trajetória de declínio na avaliação do governo.
A queda seria produto de uma série de más notícias: da restrição aos fretados à redução dos serviço de limpeza urbana.
Os números alimentaram, entre tucanos, a preocupação de que o desgaste contamine a potencial candidatura do governador José Serra (PSDB) à Presidência.
Avalista político de Kassab, Serra admite em conversas que o desempenho da prefeitura pode ter impacto nas eleições de 2010. O medo é que dê munição para a oposição, já que Serra deixou o cargo nas mãos de Kassab para concorrer ao governo em 2006.
Segundo tucanos, Serra está contrariado com a deflagração de crises desnecessárias, como no caso do lixo e dos fretados. Entre os principais interlocutores de Serra, a avaliação é de que o tamanho da economia não justificava o custo político da decisão de cortar 20% do orçamento destinado à limpeza urbana.
E hoje, por mais que se alegue que a intensidade das chuvas foi a real causa das enchentes, Kassab acabará responsabilizado por conta dos cortes.
Os interlocutores de Serra também têm criticado os constantes recuos protagonizados por Kassab.
No caso específico dos fretados, argumentam que o prefeito poderia adotar a restrição de forma gradativa, antes de expandir por toda a cidade.
Há cerca de dois meses, Serra foi procurado por um grupo de tucanos preocupado com os rumos da prefeitura.
Assistindo ao esvaziamento de sua pasta, o ex-secretário de Coordenação das Subprefeitura Andrea Matarazzo entregou o cargo, sob argumento de que protestava contra o corte. Não é o único descontente.


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