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SEGURANÇA
6.000 PMs serão distribuídos entre capital, Grande SP e regiões de Sorocaba, Santos, Campinas e São José dos Campos
Policiamento de rua terá reforço até 2004
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Militar de São Paulo
remanejou cerca de 6.000 vagas
de seu efetivo para reforçar o policiamento na capital e em regiões
do entorno até o final de 2004
-ano em que serão realizadas
eleições municipais.
Os policiais vão atuar em uma
espécie de cinturão -que o comando da corporação chama de
"anel de segurança"- ao redor
da capital (veja quadro) e da
Grande São Paulo.
A estratégia, segundo a PM, é
impedir que criminosos "migrem" dentro dessa área, onde se
concentram cerca de 29 milhões
de habitantes, a maior parte da
população do Estado.
Segundo o comandante-geral
da PM, coronel Alberto Silveira
Rodrigues, 51, era comum criminosos irem para o litoral sempre
que havia uma operação mais intensa na capital ou nos municípios do ABC. Rodrigues foi comandante na Baixada Santista.
O reforço equivale ao contingente que a PM mantinha até o
início do ano na região de Campinas, a terceira maior de São Paulo,
onde vivem 5,3 milhões de pessoas, também incluída entre as
que terão mais policiais nas ruas.
Até dezembro de 2004, a Polícia
Militar espera aumentar o efetivo
dos atuais 87,8 mil para 93 mil homens -recorde na história da
corporação-, completando seu
quadro previsto em lei.
Normalmente, a PM gasta um
ano na formação dos soldados e
precisa repor cerca de 2.500 policiais a cada 12 meses -entre os
que pedem baixa, são excluídos,
morrem ou se aposentam.
Hoje, 4.768 PMs estão sendo
formados no Estado, entre oficiais
e soldados, já incluídos na contabilidade das 87,8 mil vagas.
Com o remanejamento que foi
feito, após o preenchimento das
vagas, deve haver um aumento
real de 15% no efetivo que atende
a capital, a Região Metropolitana
e as regiões de Sorocaba, Santos,
Campinas e São José dos Campos.
"São homens operacionais, para trabalhar nas ruas", afirmou o
comandante-geral.
Com a redefinição de vagas, retiradas de outros locais, o quadro
fixado de PMs na capital cresceu
9%, e o da Grande São Paulo,
23,9%. No interior, o aumento foi
de 11,9% em São José dos Campos, 21,9% em Campinas, 17,3%
em Santos e 18,8% em Sorocaba.
Para a corporação, o remanejamento deve corrigir distorções no
quadro da PM. Em Embu (Grande SP), por exemplo, o número de
PMs passará de 172 para 362 com
a criação de um batalhão. A cidade, com 209 mil habitantes, liderou entre 2001 e 2002 o ranking de
homicídios no Estado. Em agosto,
criminosos supostamente ligados
à facção criminosa PCC (Primeiro
Comando da Capital) atacaram a
única base comunitária da PM.
No total, novos batalhões e
companhias já criados dentro do
cinturão, por meio de decretos e
portarias, consumiram 2.300 das
6.000 novas vagas previstas.
Estudo
Segundo o comandante da PM,
as vagas remanejadas não estavam preenchidas -ou seja, não
houve transferência de policiais.
A PM não soube informar quanto
do novo quadro já foi preenchido.
Dos 639 soldados que concluíram o curso de formação no último sábado, em São Paulo, por
exemplo, 250 ficaram na capital e
o restante seguiu para o policiamento rodoviário.
Dois fatores explicam a redistribuição feita pelo comando. A corporação conseguiu substituir,
gradualmente, a partir do final do
ano passado, cerca de 6.000 policiais que ficavam em trabalhos
administrativos internos por soldados temporários. Outros 4.000
estão sendo liberados dos presídios estaduais, por causa da criação da carreira e a contratação de
guardas de muralha. No total, são
10 mil homens liberados para trabalhar nas ruas em todo o Estado.
A partir disso, segundo o comandante da PM, foi feito um estudo para definir quais regiões receberiam mais policiais e de onde
seria retirado o reforço para as
áreas prioritárias.
A escolha levou em conta a população fixa, flutuante e pendular
(dos que trabalham em um lugar
e moram em outro) dos municípios, mais uma série de indicadores criminais -roubos e homicídios, por exemplo- e características do local: se há favelas, presídios, problemas agrários e se há
turismo. "Fizemos a redistribuição sem que as demais regiões ficassem em situação difícil", disse
o comandante da PM. Algumas
áreas teriam sobra de pessoal.
O plano da corporação, agora, é
reforçar a ronda escolar, o policiamento integrado (em que o PM
trabalha sozinho, parado em pontos estratégicos) e as outras modalidades de patrulhamento.
Anteontem, o coronel esteve
reunido em São Paulo com 197
comandantes de unidades do Estado para discutir o próximo plano de ação da corporação para o
biênio 2004/2005.
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