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São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2003

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ABASTECIMENTO

Meta da Sabesp é evitar aumento de rodízio, que faz morador afetado estocar água

Cantareira pode ter captação menor

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

O plano para um eventual racionamento de água no sistema Cantareira -que abastece metade da Grande São Paulo- já está na gaveta, mas a Sabesp (companhia de saneamento da capital paulista) só vai tirá-lo de lá quando não houver mais alternativas.
Para evitar os cortes no fornecimento, a empresa já cogita diminuir o volume de água captado na represa Paiva Castro, que é atualmente de cerca de 31 mil litros por segundo.
Caso seja necessária, a redução deve ocorrer em horários de menor consumo, principalmente no período da noite.
A medida ajudaria o Cantareira a aguentar até que as chuvas de verão finalmente cheguem. Ontem, o sistema tinha 7,1% de sua capacidade -em 24 horas, o nível caiu 0,3 ponto percentual.
Apesar de a situação ser considerada preocupante por especialistas e de a própria Sabesp dizer que, se o nível chegar a 5%, tirar água significará condenar 9 milhões de pessoas ao racionamento na estação seca do ano que vem, pesam na decisão de não fazer cortes imediatos dificuldades operacionais a serem enfrentadas para isso.
A região atendida pelo sistema Cantareira não é a campeã de vazamentos à toa. Tem topografia acidentada, rede antiga e viveu uma explosão demográfica na última década.
No início do mês, dificuldades na retomada do fornecimento depois de uma parada de 48 horas deixaram 400 mil pessoas sem água por quase uma semana.

Alto Cotia
Ontem foi o primeiro dia de racionamento nas cidades atendidas pelo sistema Alto Cotia, que tinha 5,3% da capacidade. Cerca de 200 bairros só voltam a ter água hoje, a partir das 18h. Um outro grupo de pessoas fica sem água nesse mesmo horário e só volta a ter às 6h de sábado.
Moradores apelaram para caixas-d'água, baldes e tonéis. "Se gastar pouco, dá para aguentar, mas preferi armazenar", afirmou a dona-de-casa Melina Assis, 19, de Cotia.
Na favela localizada no bairro do Portão, um dos mais altos da cidade, quatro famílias decidiram encher uma caixa-d'água que estava abandonada.
Pelo telefone 195, a Sabesp realizou, até as 15h, 14,9 mil atendimentos. Houve um aumento de 10% por causa do racionamento. Muitas das ligações foram de pessoas que não moram nas áreas afetadas, mas achavam que também iriam ficar sem água.


Colaborou o "Agora"


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