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ABASTECIMENTO
Meta da Sabesp é evitar aumento de rodízio, que faz morador afetado estocar água
Cantareira pode ter captação menor
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
O plano para um eventual racionamento de água no sistema Cantareira -que abastece metade da
Grande São Paulo- já está na gaveta, mas a Sabesp (companhia de
saneamento da capital paulista)
só vai tirá-lo de lá quando não
houver mais alternativas.
Para evitar os cortes no fornecimento, a empresa já cogita diminuir o volume de água captado na
represa Paiva Castro, que é atualmente de cerca de 31 mil litros por
segundo.
Caso seja necessária, a redução
deve ocorrer em horários de menor consumo, principalmente no
período da noite.
A medida ajudaria o Cantareira
a aguentar até que as chuvas de
verão finalmente cheguem. Ontem, o sistema tinha 7,1% de sua
capacidade -em 24 horas, o nível caiu 0,3 ponto percentual.
Apesar de a situação ser considerada preocupante por especialistas e de a própria Sabesp dizer
que, se o nível chegar a 5%, tirar
água significará condenar 9 milhões de pessoas ao racionamento
na estação seca do ano que vem,
pesam na decisão de não fazer
cortes imediatos dificuldades
operacionais a serem enfrentadas
para isso.
A região atendida pelo sistema
Cantareira não é a campeã de vazamentos à toa. Tem topografia
acidentada, rede antiga e viveu
uma explosão demográfica na última década.
No início do mês, dificuldades
na retomada do fornecimento depois de uma parada de 48 horas
deixaram 400 mil pessoas sem
água por quase uma semana.
Alto Cotia
Ontem foi o primeiro dia de racionamento nas cidades atendidas pelo sistema Alto Cotia, que
tinha 5,3% da capacidade. Cerca
de 200 bairros só voltam a ter
água hoje, a partir das 18h. Um
outro grupo de pessoas fica sem
água nesse mesmo horário e só
volta a ter às 6h de sábado.
Moradores apelaram para caixas-d'água, baldes e tonéis. "Se
gastar pouco, dá para aguentar,
mas preferi armazenar", afirmou
a dona-de-casa Melina Assis, 19,
de Cotia.
Na favela localizada no bairro
do Portão, um dos mais altos da
cidade, quatro famílias decidiram
encher uma caixa-d'água que estava abandonada.
Pelo telefone 195, a Sabesp realizou, até as 15h, 14,9 mil atendimentos. Houve um aumento de
10% por causa do racionamento.
Muitas das ligações foram de pessoas que não moram nas áreas
afetadas, mas achavam que também iriam ficar sem água.
Colaborou o "Agora"
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