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Economista vê injustiça em desconto
DA REPORTAGEM LOCAL
Para especialistas ouvidos pela
Folha, a concessão do desconto
de 50% nas tarifas de ônibus para
estudantes deveria levar em conta
também critérios de renda familiar. Sem isso, há um sistema de
distorções em que pessoas de baixa renda financiam a passagem de
estudantes de classe média e alta.
O economista Alexandre de
Ávila Gomide, pesquisador do
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e autor de estudo sobre transporte e inclusão social, diz não ver problema no fato
de os estudantes serem os principais usuários do bilhete único.
A questão, na opinião dele, está
em se manter um quadro de injustiça social provocado pelo desconto generalizado de 50% concedido ao segmento.
"[O problema está] na forma de
se financiar os descontos. Às vezes é o mais pobre, o desempregado, que não tem vale-transporte
nem desconto, que acaba pagando a tarifa cheia e assim subsidia
um segmento social que talvez seja mais favorecido. Não há justiça
social nesses descontos", disse.
Segundo Gomide, os descontos
deveriam privilegiar os estudantes de baixa renda. "Se houvesse
dinheiro suficiente para financiar
todos, a passagem poderia ser até
de graça. Como a gente sabe que o
dinheiro não dá, tem que priorizar quem tem renda mais baixa."
(VICTOR RAMOS)
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