São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

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Expansão do ensino superior é cada vez menor

DO ENVIADO ESPECIAL A CAXAMBU (MG)

O estudo realizado pelo Inep também mostra que a expansão da educação superior brasileira é cada vez menos intensa.
De 2001 para 2002, o crescimento no número de ingressantes nas universidades chegou a ser de 16,2%. Tal taxa caiu para 3,2% de 2003 para 2004.
O ritmo da expansão caiu apesar de o percentual de jovens no ensino superior seguir baixo (apenas de 10,5%).
Uma das conseqüências mais visíveis dessa desaceleração é o número de vagas não-preenchidas nas universidades, que chegou a 43,8% em 2004. Considerando apenas o setor privado, a ociosidade foi de 49,5%.
Na avaliação do coordenador do estudo, Jaime Giolo, na atual situação econômica do país apenas com investimento público o ensino superior voltará a ter um crescimento alto.
"Quem pode pagar uma mensalidade razoável já está no ensino superior. Agora o desafio é conseguir atender às populações mais pobres. Assim, só com vagas gratuitas ou com financiamento do Estado em instituições sem fins lucrativos", afirmou Giolo.
Já a ex-pró-reitora de graduação da USP Sonia Penin diz que só o setor público tem condições de diminuir a concentração de matrículas. "Um dos papéis das instituições públicas é tentar criar a demanda."
Ela cita o campus da USP na zona leste como exemplo. Lá foram oferecidos cursos como gerontologia e gestão ambiental no lugar dos tradicionais, como medicina e direito.
O Ministério da Educação, por meio da assessoria de imprensa, disse que não comentaria tal posição, pois as universidades têm autonomia para definir a criação de cursos.
Para o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, para a diversificação de cursos, o mais importante é o crescimento econômico. "Só assim haverá demanda por novas áreas." (FT)


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