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Após dez meses, agredido com taco de beisebol morre
Henrique Pereira, 22, foi golpeado na cabeça em livraria da av. Paulista
Em coma desde então,
o jovem teve falência múltipla de órgãos; acusado de ser o agressor está preso
ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO
RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após dez meses e um dia
em coma, o designer Henrique Carvalho Pereira, 22, golpeado na cabeça com um taco de beisebol na Livraria
Cultura da av. Paulista (região central de São Paulo),
morreu ontem às 5h30.
Internado na UTI do Hospital das Clínicas desde o incidente em 21 de dezembro
do ano passado, o jovem teve
falência múltipla de órgãos.
O quadro se agravou ao
longo da semana. "Nos últimos três dias, a situação ficou bem difícil por causa de
uma grave infecção no líquor
[fluido cérebro-espinhal]",
relatou o pai, Elifas Pereira,
na entrada do IML (Instituto
Médico Legal).
"Em razão disso, o resto do
cérebro do Henrique foi se
apagando", explicou.
O enterro está previsto para as 10h de hoje no Cemitério da Vila Pires, em Santo
André (Grande São Paulo). O
corpo de Henrique ainda não
havia sido liberado até a conclusão desta edição.
Os pais do jovem registraram boletim de ocorrência informando à polícia a morte
do filho. O documento será
anexado ao processo de
agressão movido contra o
personal trainer Alessandre
Fernando Aleixo, 38.
Acusado de ser o agressor
de Henrique, ele ainda não
foi transferido para um hospital de custódia psiquiátrico, como determinou a Justiça em 16 de agosto.
Segundo a Secretaria da
Administração Penitenciária, a transferência ainda não
ocorreu porque o preso não
consta da lista cronológica
expedida pelo Decrim (Departamento Técnico de
Apoio ao Serviço da Vara de
Execuções Criminais).
Aleixo está preso no Centro de Detenção Provisória 1
de Pinheiros (zona oeste).
Procurado pela Folha, o
advogado de Aleixo, Mário
Henrique Ditticio, disse que
só se manifestará oportunamente no processo.
COW PARADE
O fim da longa agonia de
Henrique coincide com uma
exposição itinerante da Vaca
de Sampa, obra que o designer fez para a Cow Parade.
"Infelizmente, ele não chegou a vê-la nas ruas", lamenta o motorista José Santos,
amigo da família.
A obra de Henrique, que ficou exposta na avenida Brigadeiro Luís Antonio, agora
está sendo exibida pelos vários campi da Uniban, na
qual ele se formou.
A escultura foi comprada
por R$ 17 mil em um leilão
beneficente. A família Herz,
proprietária da Livraria Cultura, arrematou a obra. O valor arrecadado foi doado à família do jovem agredido.
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