São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Após dez meses, agredido com taco de beisebol morre

Henrique Pereira, 22, foi golpeado na cabeça em livraria da av. Paulista

Em coma desde então, o jovem teve falência múltipla de órgãos; acusado de ser o agressor está preso

ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO
RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após dez meses e um dia em coma, o designer Henrique Carvalho Pereira, 22, golpeado na cabeça com um taco de beisebol na Livraria Cultura da av. Paulista (região central de São Paulo), morreu ontem às 5h30.
Internado na UTI do Hospital das Clínicas desde o incidente em 21 de dezembro do ano passado, o jovem teve falência múltipla de órgãos.
O quadro se agravou ao longo da semana. "Nos últimos três dias, a situação ficou bem difícil por causa de uma grave infecção no líquor [fluido cérebro-espinhal]", relatou o pai, Elifas Pereira, na entrada do IML (Instituto Médico Legal).
"Em razão disso, o resto do cérebro do Henrique foi se apagando", explicou.
O enterro está previsto para as 10h de hoje no Cemitério da Vila Pires, em Santo André (Grande São Paulo). O corpo de Henrique ainda não havia sido liberado até a conclusão desta edição.
Os pais do jovem registraram boletim de ocorrência informando à polícia a morte do filho. O documento será anexado ao processo de agressão movido contra o personal trainer Alessandre Fernando Aleixo, 38.
Acusado de ser o agressor de Henrique, ele ainda não foi transferido para um hospital de custódia psiquiátrico, como determinou a Justiça em 16 de agosto.
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, a transferência ainda não ocorreu porque o preso não consta da lista cronológica expedida pelo Decrim (Departamento Técnico de Apoio ao Serviço da Vara de Execuções Criminais).
Aleixo está preso no Centro de Detenção Provisória 1 de Pinheiros (zona oeste).
Procurado pela Folha, o advogado de Aleixo, Mário Henrique Ditticio, disse que só se manifestará oportunamente no processo.

COW PARADE
O fim da longa agonia de Henrique coincide com uma exposição itinerante da Vaca de Sampa, obra que o designer fez para a Cow Parade.
"Infelizmente, ele não chegou a vê-la nas ruas", lamenta o motorista José Santos, amigo da família.
A obra de Henrique, que ficou exposta na avenida Brigadeiro Luís Antonio, agora está sendo exibida pelos vários campi da Uniban, na qual ele se formou.
A escultura foi comprada por R$ 17 mil em um leilão beneficente. A família Herz, proprietária da Livraria Cultura, arrematou a obra. O valor arrecadado foi doado à família do jovem agredido.


Próximo Texto: "Visitava meu filho todos os dias", diz pai
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.