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"Visitava meu filho todos os dias", diz pai
"Eu o teria acompanhado por anos, mesmo na UTI", afirma Elifas Pereira, cujo filho foi golpeado com taco de beisebol
"Espero que ele [o
agressor] seja cuidado
para não fazer de novo o
que fez e causar tanto
sofrimento", diz a mãe
Silva Junior/Folhapress
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Elifas Pereira aguarda a liberação do corpo de seu filho Henrique, no IML de São Paulo
SÃO PAULO
Os pais de Henrique Carvalho Pereira se dedicaram até
o fim à recuperação do filho.
A seguir, trechos da entrevista com Elifas e Silvania Pereira, que falaram à Folha enquanto tentavam liberar o
corpo. "Nunca desistimos",
diz o pai.
(ELIANE TRINDADE)
Folha - Como foram as últimas visitas ao Henrique?
Elifas Pereira - Nos últimos
três dias, eu tinha noção da
proximidade do fim. Ele não
acordava mais e foi apagando de verdade. Mas nunca
desistimos. Visitava meu filho todos os dias.
Lamentava pelo sofrimento e pela ausência do Henrique, mas o amor que tinha
por ele era tão grande que eu
o teria acompanhado por
anos, mesmo na UTI.
O que o senhor espera agora
do processo criminal?
A morte não muda nada.
Como o agressor é considerado doente, ele é inimputável.
Essa parte da Justiça está
sendo bem cuidada. A Promotoria é muito empenhada.
A senhora acreditava em recuperação do seu filho?
Silvania Pereira - No comecinho, eu tinha muita esperança. Mas com o tempo foi
caindo a ficha de que, mesmo se ele saísse do coma, iria
ficar com muitas sequelas.
Como se despediu dele?
Há 21 dias, depois de mais
uma cirurgia. Ele já não apertava a minha mão. Só dormia. Não acordava nem reagia a estímulos. Mesmo assim, vinha todo dia e ficava
com ele das 16h às 18h30.
Essa foi a sua rotina nesses
dez meses?
Só faltei três dias nesse período todo e mesmo assim
por estar doente e não poder
entrar para vê-lo. Durante
um tempo, obtive permissão
para vir em um horário especial para estimulá-lo. Às vezes, quando a gente tocava o
rosto dele, Henrique se agitava, como quem quer acordar.
Mas, quando vi que não correspondia, passei a vir apenas na horário de visita.
O que sente pelo agressor?
Espero que ele seja cuidado para não fazer de novo o
que fez e causar tanto sofrimento a outra família.
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