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Registros de armas em SP se multiplicam por 10 em 4 anos
Governo federal atribui números à campanha de regularização
GUILHERME VOITCH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os registros de armas emitidos no Estado de São Paulo
foram multiplicados por dez
entre 2005 e 2009. Há cinco
anos, durante a campanha
pelo desarmamento, a Polícia Federal registrou 4.178 armas no Estado. Em 2009, foram registradas 41.487.
Os dados parciais de 2010
indicam mais 63.860 registros, oriundos, em sua maioria, de processos em que o
dono da arma deu entrada no
ano passado e os registros estão sendo dados este ano.
De acordo com o Ministério da Justiça e a PF, a campanha de regularização de armas promovida até o final de
2009 explica os números.
A campanha criou uma espécie de anistia para donos
de armas com registros vencidos ou mesmo sem nenhum tipo de registro.
Foi possível para esses
proprietários registrar suas
armas de forma gratuita e
sem realização de teste prático de tiro e exame psicológico, como prevê o Estatuto do
Desarmamento.
Assim fez o economista
Celso Shimomura, 41. No ano
passado, ele registrou um revólver calibre 38 não registrado até então. Praticante de
tiro, tem uma coleção de armas já registradas no Exército. "Essa peça eu registrei na
PF porque pretendo fazer o
porte mais pra frente", diz.
Para Dênis Mizne, presidente da ONG Sou da Paz,
que elaborou o estudo "Implementação do Estatuto do
Desarmamento: Do papel para a Prática", o objetivo do
governo era identificar e pôr
na legalidade armas que não
se sabia onde estavam.
"É um risco ter essas pessoas despreparadas com armas na mão, mas era um risco maior tê-las despreparadas com a arma na mão e sem
registro", diz Mizne.
Para a medida ter efeito,
afirma ele, é preciso que o
prazo e as regras para o recadastramento de três em três
anos sejam cumpridos pelo
governo. "[O ano de] 2012
não pode ser uma farsa. Tem
de ser de verdade. É preciso
manter os prazos, manter as
taxas, ser rigoroso nisso."
Já para o advogado Benê
Barbosa, presidente do Movimento Viva Brasil, que se
opõe ao desarmamento, a
anistia deveria ser permanente. "É importante trazer
essas armas para a legalidade sem burocracia", afirma.
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