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Prévia do Censo "encolhe" 220 cidades
Dados preliminares do IBGE registram queda de população em parte dos municípios onde a coleta já acabou
Campeãs em redução ficam na Bahia; cidades temem corte de verba federal atrelada ao número de habitantes
FILIPE MOTTA
RACHEL BOTELHO
DE SÃO PAULO
Pelo menos 220 cidades
podem terminar este ano
com perdas de 10% ou mais
da população em relação a
2009. É o que indicam os dados preliminares do Censo.
O Nordeste é a região com
a maior parte desses municípios (72), seguido pelo Sudeste, com 64.
Essas cidades estão no
grupo de municípios que tiveram a coleta de dados finalizada na última quinta-feira
-eram 4.070 (73%) dos 5.565
do país. Os dados, disponíveis na internet, ainda estão
em processo de reavaliação,
o que pode acarretar mudanças no resultado final.
A divulgação oficial da
contagem da população pelo
IBGE está prevista para o dia
4 de novembro.
Os quatro municípios que
apresentavam maior redução populacional ficam na
Bahia -Catolândia, Lamarão, Maracás e Belmonte,
com queda a partir de 30%.
No caso da Bahia, as mudanças dos limites territoriais de vários municípios alteraram a distribuição dos
moradores no Estado, o que
fez alguns ficarem menores.
O IBGE da Bahia estima
que haja variação significativa em pelo menos cem deles.
As alterações dos limites
ocorreram no início de 2010,
mas algumas prefeituras ainda não tinham dimensão do
que elas acarretariam.
"Esperávamos uma redução de 4.000 pessoas com o
novo corte da cidade", diz
Emanuel de Novaes, chefe de
gabinete de Maracás (390 km
de Salvador) -o município
tinha 35,9 mil moradores e
pode perder 11,4 mil.
A situação se repete em Calumbi (PE). Uma decisão judicial colocou três distritos
de município como pertencentes à vizinha Flores.
A maior preocupação dos
prefeitos é com os repasses
da União que são proporcionais ao tamanho da população -como o FPM (Fundo de
Participação dos Municípios). Tanto que uma parte
deles já questiona os dados.
O IBGE repassa anualmente ao TCU (Tribunal de Contas da União) o número de
moradores das cidades. Nos
anos em que não há Censo,
são enviadas estimativas.
O IBGE informou que, como os números da coleta são
preliminares, não vai falar
sobre as causas para a queda
de população.
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