FABIA PRATES
DO RIO

O empresário Eike Batista parece interessado em ampliar seus ativos nas imediações do Hotel Glória, tradicional imóvel adquirido pelo grupo EBX em 2008 e que, após reforma, será reaberto no próximo ano com o nome de Glória Palace Hotel.
Inaugurado em 1922, o Glória foi o primeiro cinco estrelas do Brasil e, durante anos, pouso certo de empresários, políticos e artistas.
O alvo de Batista seria o edifício Itacolomy, construído em 1937, em estilo art déco. Com condôminos famosos, como o estilista Guilherme Guimarães, que também mantém lá o seu ateliê, o Itacolomy é vizinho do hotel.
Fica ao lado do espaço que abrigava o antigo teatro Glória, demolido na reforma para dar lugar a uma escadaria.
O Itacolomy tem 20 apartamentos, com área média de 190 metros quadrados. A última unidade posta à venda foi adquirida por R$ 800 mil.
Segundo moradores e o zelador, na semana passada um representante do grupo EBX teria falado com o síndico do Itacolomy do interesse em comprar o prédio. O síndico não falou com a Folha.
O grupo EBX, que investe cerca de R$ 200 milhões no projeto do hotel, não confirma o interesse pelo prédio.
Mas a intenção de Batista pode esbarrar na resistência dos moradores. A artista plástica Regina Sobral de Mello, que mora há quase 30 anos onde viveram seus avós, diz que ninguém vai abrir mão da "melhor vista do Rio" -Aterro do Flamengo e Baía de Guanabara.
Guilherme Guimarães, vive no prédio há dez anos e não pensa em sair. "Estou na esquina da ponte aérea [o prédio fica perto do aeroporto Santos Dumont]. Não pretendo mudar daqui".
O fotógrafo Flávio Colker, mais novo proprietário no edifício, também não quer sair. "Passei meses procurando um apartamento que eu gostasse. Achei esse. É ironia alguém querer comprar".


Texto Anterior: Duas prefeituras disputam pequeno povoado no MA
Próximo Texto: PUC-SP abre cursos em novo campus no Ipiranga
Índice | Comunicar Erros