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Caso Suzane pode beneficiar presas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Procuradoria de Assistência
Judiciária (PAJ) quer usar a brecha deixada pela transferência para uma penitenciária da estudante
Suzane Louise von Richthofen, 19,
para beneficiar presas condenadas que ainda esperam uma vaga
no sistema prisional. Das 3.950
presas em distritos e cadeiões no
Estado de São Paulo, 1.979 (50%)
já foram condenadas e podiam
ser transferidas.
As penitenciárias têm melhor
infra-estrutura que as carceragens
de delegacias e cadeiões, onde a
lotação é maior. Pela lei, as presas
deviam ir para os presídios após a
sentença. Mas não há vagas.
"Não entramos no mérito se
houve privilégio ou não. Mas se a
Suzane foi transferida, significa
que havia vaga", disse o procurador da PAJ Carlos Weis. Segundo
ele, a procuradoria teve vários pedidos de transferência negados
por falta de vagas nos presídios.
Mesmo sem condenação, a estudante, que confessou participação no assassinato dos pais, foi
transferida do 89º DP para a Penitenciária Feminina, no Carandiru. Ela está sozinha em uma cela
com cama, televisão e banheiro.
Um dos casos mais graves, diz
Weis, é o da Cadeia 4, em Pinheiros. Segundo ele, cerca de 350 das
730 presas do local já foram condenadas e estão na fila de espera.
Um grupo de procuradores do
PAJ irá fazer um "pente-fino" na
Cadeia 4 na próxima terça-feira.
"Entre as que podiam ser transferidas, existem portadoras de HIV
que podem necessitar de transferência para locais com melhor assistência médica", disse Weis.
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