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Estudo da USP avalia violência em escolas
DA REPORTAGEM LOCAL
As escolas públicas da periferia
de São Paulo precisam mais de
diálogo do que de cercas para
combater a violência. A conclusão
é do Relatório de Cidadania 2,
apresentado ontem pelo NEV
(Núcleo de Estudos de Violência
da Universidade de São Paulo).
O levantamento, produzido
com o Instituto Sou da Paz em 11
escolas estaduais e municipais
nos bairros Heliópolis, Jardim
Ângela, Capão Redondo e Jardim
Jacira (Itapecerica da Serra), tenta
apresentar causas e soluções de
conflitos no ambiente escolar.
Relatos de alunos, professores,
diretores e pais mostram colégios
com uso aberto de drogas, porte
de armas, brigas de gangues, depredações, furtos e agressões contra estudantes e educadores.
A relação entre os estudantes e o
aparato de segurança é dúbia. A
comunidade escolar sente a necessidade de ter a polícia por perto, mas considera que a PM também pode causar mais tensão.
"Muitos se queixam de casos de
violência policial dentro da escola", diz Marcelo Daher, pesquisador do NEV e um dos coordenadores do trabalho. Para ele, a polícia precisa ser mais bem treinada
para trabalhar nas escolas.
Entre as soluções para reduzir a
violência, o levantamento propõe
que haja mais diálogo entre direção e alunos, regras claras e direito de defesa amplo para estudantes envolvidos em distúrbios.
O estudo não traz só críticas. Os
programas de abertura das escolas para atividades de lazer nos
fins de semana são elogiados como iniciativas que funcionam.
Para a Secretaria da Educação
do município, essa abertura a atividades adicionais é a resposta.
"Não trabalhamos com opressão,
mas com prevenção, realizando
ações socioeducativas", declara a
professora Marilandia Frazão, integrante do Projeto Vida, criado
no ano passado. Ela diz que o programa reduziu a violência, mas
não há estatísticas.
As secretarias estaduais da Segurança e da Educação não se
pronunciaram a respeito.
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