São Paulo, sábado, 23 de novembro de 2002

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Estudo da USP avalia violência em escolas

DA REPORTAGEM LOCAL

As escolas públicas da periferia de São Paulo precisam mais de diálogo do que de cercas para combater a violência. A conclusão é do Relatório de Cidadania 2, apresentado ontem pelo NEV (Núcleo de Estudos de Violência da Universidade de São Paulo).
O levantamento, produzido com o Instituto Sou da Paz em 11 escolas estaduais e municipais nos bairros Heliópolis, Jardim Ângela, Capão Redondo e Jardim Jacira (Itapecerica da Serra), tenta apresentar causas e soluções de conflitos no ambiente escolar.
Relatos de alunos, professores, diretores e pais mostram colégios com uso aberto de drogas, porte de armas, brigas de gangues, depredações, furtos e agressões contra estudantes e educadores.
A relação entre os estudantes e o aparato de segurança é dúbia. A comunidade escolar sente a necessidade de ter a polícia por perto, mas considera que a PM também pode causar mais tensão.
"Muitos se queixam de casos de violência policial dentro da escola", diz Marcelo Daher, pesquisador do NEV e um dos coordenadores do trabalho. Para ele, a polícia precisa ser mais bem treinada para trabalhar nas escolas.
Entre as soluções para reduzir a violência, o levantamento propõe que haja mais diálogo entre direção e alunos, regras claras e direito de defesa amplo para estudantes envolvidos em distúrbios.
O estudo não traz só críticas. Os programas de abertura das escolas para atividades de lazer nos fins de semana são elogiados como iniciativas que funcionam.
Para a Secretaria da Educação do município, essa abertura a atividades adicionais é a resposta. "Não trabalhamos com opressão, mas com prevenção, realizando ações socioeducativas", declara a professora Marilandia Frazão, integrante do Projeto Vida, criado no ano passado. Ela diz que o programa reduziu a violência, mas não há estatísticas.
As secretarias estaduais da Segurança e da Educação não se pronunciaram a respeito.


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