São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Condomínio cede área para parque

DA REPORTAGEM LOCAL

Após décadas como alvo de projetos polêmicos, um terreno de 63 mil m2 no Alto da Boa Vista, zona sul de São Paulo, parece chegar enfim a seu destino final: uma parte dele irá abrigar um condomínio de casas de alto padrão, avaliadas em R$ 3,8 milhões cada; outra será transformada em um parque aberto à população.
A área total do terreno equivale à metade do parque da Aclimação (também na zona sul).
A meta da construtora Inpar, proprietária do local, é entregar o parque, batizado de Alfomares, até o fim do próximo ano. Nessa área, de aproximadamente 20 mil m2 (equivalente a quase três campos de futebol), serão instalados um estacionamento, playground, trilhas e espaços para a prática de tai chi chuan. Já o condomínio Chácara Europa será formado por quatro lotes residenciais, com 50 casas ao todo.
O projeto já foi aprovado pelas secretarias da Habitação e do Verde e do Meio Ambiente. Mas continua na mesa de negociações com a Sociedade dos Amigos do Bairro Alto da Boa Vista (Sababv). De acordo com o presidente da entidade, Johann Joerges, as benfeitorias que a empresa se comprometeu a realizar na região ainda não são suficientes para amenizar o impacto ambiental que a construção da Chácara Europa pode ter.
A principal preocupação que a obra causa nos moradores é relacionada às 7.000 árvores que existem atualmente no local. Há quem diga, como Joerges, que a vegetação do imóvel consiste em um resquício de mata atlântica. "Ainda estamos vendo se não há espécies em extinção entre as que serão cortadas ou transplantadas. Se houver, voltaremos às negociações", avisa.
"O Alto da Boa Vista era um bairro muito arborizado, com casas em terrenos amplos. Mas todos estão sendo transformados em condomínios. E a cada um que é construído, muitas árvores são perdidas", diz o economista Lothar Haupt, que, de seu apartamento, tem uma vista do terreno.
O diretor comercial da Inpar, Marco Antonio Parizotto, afirma que a obra não prejudicará a arborização da região. Segundo a construtora, cerca de 5.500 árvores serão preservadas.


Texto Anterior: Marta promete criação de dez locais e entrega 7
Próximo Texto: Guerra sem trincheira: Facções rivais trocam tiros por 2 h na zona sul do Rio de Janeiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.