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Advogado prevê disputa jurídica
DA REPORTAGEM LOCAL
A legalidade da legislação que
fixa preço para o uso do solo ocupado pelos postes em São Paulo
não é consenso entre advogados
ouvidos pela Folha, e deve haver
uma batalha jurídica entre a Eletropaulo e a prefeitura.
Para Eduardo Ramires, especialista em regulação de serviços públicos, a luta jurídica vai durar
muito tempo. Segundo ele, falta
uma lei de abrangência nacional
que estabeleça como devem ser
taxados os usos de estruturas de
serviço público, como de energia
e telecomunicações.
Ramires diz acreditar que a medida possa ser copiada por outros
municípios. "Tende a ser um rastilho de pólvora", opinou.
"Todo uso privativo de bem público pode ser cobrado", afirmou
a professora de direito administrativo da USP Odete Medauar.
No entanto, para ela, o ideal é que
nada fosse cobrado, pois os postes
são de interesse da sociedade.
Já o tributarista Waine Domingos Peron, membro da Comissão
Especial de Assuntos Tributários
da OAB-SP, considera inconstitucional a cobrança porque, na opinião dele, há várias irregularidades no decreto. "Não é um preço
público [como afirma a prefeitura
no decreto de regulamentação].
Isso é uma cobrança compulsória
que existe em outros países, mas
não é permitida pela Constituição
do Brasil", afirmou.
Na opinião da advogada de direitos do consumidor Daniela
Trettel, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), "a
avidez pela imposição de taxas
deveria ser analisada com cautela
pelo poder público porque sempre onera o consumidor".
O instituto irá avaliar se vai recorrer à Justiça para evitar que os
consumidores sejam prejudicados pela medida.
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