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Detran "empurra" placas vetadas para 2ª e 6ª
Orientação do órgão de trânsito é priorizar os finais 1, 2, 9 e 0 para quem não faz escolha de um número específico
Detran diz que não existe normatização para escolher final de placa, mas que, "havendo disponibilidade", a solicitação é atendida
Moacyr Lopes/Folha Imagem
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Motoristas de carros com placas de finais 9 e 0 aguardam na Imigrantes fim do rodízio para entrar em SP, na última sexta
DA REPORTAGEM LOCAL
Os motoristas que se mobilizam e tentam escolher seus finais de placa para não serem
barrados pelo rodízio na emenda do final de semana, às segundas e às sextas, levaram a administração do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de
São Paulo a tomar uma decisão
que afeta aqueles que imaginam contar somente com a sorte na seleção dos números.
O departamento diz que "a
distribuição de placas é aleatória", mas que a orientação é
"para que sejam oferecidas,
prioritariamente, placas com
finais 1, 2, 9 e 0, uma vez que são
as menos requisitadas pelos
proprietários de veículos".
Ou seja, no que depender do
órgão de trânsito, a tendência
hoje é que quem comprar um
carro novo receba uma placa
sujeita ao rodízio às segundas
ou às sextas, exceto para quem
manifestar sua preferência.
Porém, mesmo quem quer
escolher a placa não tem garantia de que será bem-sucedido. O
próprio Detran, por meio de
sua assessoria de imprensa,
afirma que "não existe normatização para tal procedimento",
mas que, "havendo disponibilidade", a solicitação é atendida.
Nas concessionárias de veículos espalhadas pela capital
paulista -e que costumam fazer as transações por meio de
despachantes-, os próprios
vendedores geralmente oferecem a possibilidade de escolha
do final da placa a seus clientes.
Mas quem tenta sozinho pode enfrentar mais dificuldades,
até pela falta da normatização
admitida pelo departamento.
Requisição
A Folha esteve na última semana, sem se identificar, no setor de classificação de placas do
Detran. A orientação recebida
foi para comprar um formulário na banca de jornal que fica
ao lado do prédio, preenchê-lo,
entregá-lo e aguardar a manifestação do órgão. Mas a funcionária do órgão fez questão
de ressaltar: não é certeza de
que será atendido.
O formulário, na realidade, é
somente uma carta dirigida ao
diretor do Detran informando
marca, ano, cor e chassi do veículo zero-quilômetro recém-adquirido, nome e RG do proprietário, além de cinco opções
de placa de preferência.
Com erros de pontuação e linhas tortas na página, é vendida na banca de jornal vizinha
ao Detran por R$ 2. Mas quem
quiser pode fazer seu requerimento por conta própria.
O Detran diz que a única taxa
a ser paga no emplacamento é a
de R$ 57,29 -recolhida à Secretaria da Fazenda do Estado.
Ou seja, a escolha da placa não
requer pagamento de nenhum
valor adicional -embora haja
despachantes que cobrem para
oferecer esse serviço.
O departamento de trânsito
afirma que, na distribuição das
placas do país inteiro, São Paulo tem a seqüência que vai de
BFA a GKI, com exceção daquelas que são "consideradas
ofensivas", como FDP e BOI.
O critério de distribuição segue a seqüência alfabética. Recentemente foi iniciada a seqüência com a letra inicial E.
O setor de classificação de
placas está atualmente instalado no mezanino do prédio Mirim do Detran, no Ibirapuera.
Recusa
Os dados com a distribuição
dos finais de placa da frota paulistana foram fornecidos pelo
Detran na semana passada, somente após a Folha obter estatísticas fornecidas pela Secretaria da Fazenda do Estado -e
que apresentavam inconsistências (provavelmente devido
a algum erro do sistema), conforme reconheceu depois a assessoria de imprensa da pasta.
O mesmo pedido já havia sido feito em meses e anos anteriores, tanto ao Detran como à
CET, mas era sempre recusado.
(ALENCAR IZIDORO)
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