São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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Chacina deixa seis mortos no Rio

da Sucursal do Rio

Seis pessoas foram assassinadas e duas ficaram gravemente feridas, entre elas um bebê de 1 ano e 6 meses, na madrugada de ontem em Queimados, na Baixada Fluminense. Foi a segunda chacina em dezembro no Grande Rio.
Segundo a polícia, o motivo dos crimes ainda é uma incógnita. Policiais da 55ª Delegacia de Polícia investigam duas hipóteses: guerra entre traficantes ou vingança pelo assassinato, há um mês, do suposto líder de um grupo de extermínio local.
De acordo com informações de policiais, um grupo de 15 a 20 homens, armados com granadas e fuzis, teria entrado na casa de Ademilson Paulino Mariano, 33, e da mulher dele, Cristina Paulino Mariano, 32, e dado início a um intenso tiroteio.
Ademilson e seus dois irmãos,T., 14, e L., 13, morreram na hora com vários tiros. Cristina, que levou um tiro na nuca, e o filho, J., de 1 ano e 6 meses, ferido com estilhaços de granada, foram levados para o hospital Rocha Faria, em Campo Grande (zona oeste do Rio), e internados em estado grave.
Policiais afirmam que os irmãos T. e L. haviam chegado anteontem à casa do irmão para passar as festas de fim de ano.
Segundo o detetive Eurípedes de Jesus, chefe do setor de homicídios da 55ª DP, a casa ficou completamente destruída. Foram encontradas no local, de acordo com o policial, 60 cápsulas de fuzil deflagradas.
O detetive afirma que o grupo teria invadido outra casa em seguida, a cerca de 500 metros da primeira, retirado Anderson Ferreira Maciel, 20, João Batista de Menezes, 32, e Claudio da Costa, 34, assassinando-os a tiros na rua em frente.

Enforcado
De acordo com o detetive, Costa foi encontrado amarrado com uma corda no pescoço de forma que, se corresse para tentar fugir, acabaria enforcado. De acordo com o detetive, essa seria uma técnica ensinada em treinamentos do Exército. "Os crimes foram praticados por profissionais", afirmou Jesus.
Uma das hipóteses investigadas pela polícia é que os assassinos seriam integrantes de um grupo de extermínio da Baixada Fluminense, que estariam se vingando da morte do seu suposto líder, um homem identificado apenas como Eliseu, assassinado há cerca de um mês.
O irmão de Anderson Maciel, assassinado na semana passada, também teria sido vítima do mesmo grupo.
Outro possível motivo, segundo a polícia, seria a disputa pelo controle do tráfico da área. Um dos gerentes locais seria Ademilson Mariano.



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