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SAÚDE
Outros nove recém-nascidos estão em estado grave; maternidade desconhece as causas da infecção
Infecção mata 5 bebês em hospital do Rio
RONALDO SOARES
da Sucursal do Rio
Cinco bebês morreram entre o
último sábado e anteontem em
decorrência de uma infecção de
causas ainda desconhecidas no
Hospital Maternidade Oswaldo
Nazareth, na praça 15, centro do
Rio. Outros nove, também infectados, estão em estado grave.
As mortes ocorreram na unidade neonatal da maternidade. Outros 21 recém-nascidos internados na unidade estão isolados em
incubadoras, por estarem com os
sintomas da infecção -problemas respiratórios, alterações na
cor da pele, hemorragia e febre.
Desses, nove estavam em estado
grave até o fim da noite de ontem,
oito apresentavam sinais de melhora, e quatro não corriam risco
de vida, segundo a direção da maternidade.
A diretora-substituta da maternidade, Betty Moszkowicz, disse
que, por medida de precaução, a
unidade neonatal -onde há seis
leitos de UTI (Unidade de Terapia
Intensiva) e seis de UI (Unidade
Intermediária)- foi isolada.
Os bebês que necessitam de tratamento intensivo estão sendo levados para uma UTI que foi improvisada em outra dependência
da maternidade.
Ela afirmou que, dos cinco bebês mortos, dois haviam nascido
com baixo peso -menos de 1
kg- e por isso tinham menos
chances de sobreviver.
A diretora não soube explicar o
que causou a infecção nos bebês.
Segundo ela, as causas só poderão
ser determinadas a partir de análise no material recolhido na unidade neonatal -amostras de
sangue e secreção dos bebês, além
de instrumentos cirúrgicos e material de higiene.
A análise está sendo feita pela
Comissão de Infecção Hospitalar
do Município e pela Vigilância Sanitária. De acordo com a diretora
da maternidade, os primeiros resultados serão divulgados hoje.
Betty Moszkowicz não acredita
que a infecção tenha sido causada
por problema de superlotação.
Segundo ela, a unidade neonatal chegou a operar acima da
quantidade de leitos em outras
épocas. "Quando o problema foi
detectado, estávamos operando
com a capacidade máxima, ou seja, com todos os leitos ocupados,
mas não acima", afirmou.
De acordo com a diretora, este
foi o pior surto de infecção já registrado na maternidade, que no
ano passado recebeu o prêmio
"Hospital Amigo da Criança",
concedido pelo Unicef (Fundo
das Nações Unidas para a Infância) a hospitais infantis que seguem programas de aleitamento
recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
A média de óbitos na maternidade é de três a quatro por mês.
Este mês, até o início do surto, o
hospital já havia chegado a esta
média -registrara três mortes.
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