São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 2000

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Núcleo histórico ganha vida com a volta do velho bonde

Agitação em Santos vai até o centro



FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A revitalização do centro histórico, a reinauguração de um bonde turístico, a abertura de uma cafeteria e de mais casas noturnas (leia texto ao lado) são as novidades da temporada em Santos e região, que têm mais que apenas praias para oferecer aos visitantes.
O centro histórico de Santos, que costumava ficar deserto aos sábados e domingos, recebe hoje a visita de pelo menos 2.000 pessoas a cada fim-de-semana, segundo estimativa da Secretaria Municipal de Esportes e Turismo.
"O grande orgulho da Associação Centro Vivo é que conseguimos colocar essa preocupação (com o patrimônio histórico) na cabeça do santista. O mundo todo estava fazendo, e Santos, não", diz Eduardo Carvalhaes Filho, presidente da Associação Amigos do Museu dos Cafés do Brasil e da Associação Centro Vivo de Santos, cujo objetivo é reabilitar a região. Para ele, a inauguração do bonde e da cafeteria do museu criaram um corredor turístico.
Desde que voltou a circular, depois de o serviço ter sido extinto em 1971, o bonde já transportou mais de 30 mil pessoas, segundo o secretário municipal de Turismo, Luiz Dias Guimarães.
O bonde parte da praça Mauá, a cada 15 minutos, e percorre diversos pontos históricos de Santos. Entre eles estão a Casa da Frontaria Azulejada, a Bolsa do Café, a Igreja do Valongo, um trecho do porto e a mais antiga construção residencial de Santos.
Por causa da grande procura, a prefeitura planeja ampliar o trajeto de 1,7 km para 2,5 km e inaugurar outro bonde até o próximo verão. O que está atualmente em uso, totalmente recuperado, é de 1909 e foi fabricado na Escócia.
"Cada vez que ando no bonde, passa pela minha cabeça um cineminha do meu passado. Dá muita saudade daquele tempo", diz Maria Amélia Martins, 76.
Nos fins-de-semana, a conexão natural dos visitantes após o passeio de bonde é a "cafeteria do museu". Instalada no prédio restaurado da Bolsa Official do Café, oferece cafés de todas as regiões produtoras do país, além de pães, salgados, doces e sorvetes.
Em apenas três meses de funcionamento, a cafeteria teve de contratar dois novos funcionários para atender à demanda.
Antes do bonde, o museu recebia, em média, 50 pessoas por dia nos finais de semana. Hoje, recebe até 400, segundo a diretora-técnica, Jaqueline Fernandez Alves.
Durante o verão, o museu terá oficinas de preparação de café e visitas monitoradas ao prédio da Bolsa Official do Café. Por conta do movimento, a prefeitura criou uma programação de atividades culturais específica para o centro.

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