São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 2006

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Em Brasília, medo de passageira era não chegar a tempo do próprio casamento

SHEILA D" AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Elza treme tanto que mal consegue pegar o cartão de embarque em meio aos papéis que segura. "Moço, você não está entendendo. Eu vou casar amanhã", diz, nervosa, sem querer responder mais nada. Ela tentava, ontem, ir de Brasília para Belo Horizonte.
A administradora Gesiane Fernandes chora porque perdeu o enterro do pai em Palmas. O vôo dela, que saiu de Goiânia, fez escala em Brasília e não tinha previsão de decolagem. "Ninguém liga que meu pai faleceu, mas na hora de receber nosso dinheiro eles nos dão atenção".
Laura Portugal, pedagoga já não tem nem mais forças para brigar após 16 horas de aeroporto em aeroporto com o filho Gustavo, de sete meses, no colo. Ela saiu de São Luiz, no Maranhão, às 2h da manhã e, às 18h, tentava embarcar para Belo Horizonte.
O pecuarista Lupércio Crevelara ainda demonstrava paciência mesmo sem saber quando terminaria a sua peregrinação iniciada na madrugada da última quinta-feira, quando saiu de Porto Velho, Rondônia. Ele voltava de uma viagem de negócios, para retornar a São Paulo. "Só quero saber para onde foi minha mala".
As cenas refletem o caos que tomou conta ontem dos balcões de check-in da TAM no aeroporto de Brasília. No final da manhã, 30 passageiros invadiram a pista do aeroporto, mas foram retirados pela polícia. À tarde, a fila no aeroporto chegava ao estacionamento.
Uma olhada rápida pelo hall do aeroporto já indicava que os problemas estavam concentrados no lado direito. Justamente a área reservada para o check-in da TAM. Na outra parte, onde ficam as companhias Gol e Varig, a situação era normal.


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