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Em Brasília, medo de passageira era não chegar a tempo do próprio casamento
SHEILA D" AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Elza treme tanto que mal
consegue pegar o cartão de embarque em meio aos papéis que
segura. "Moço, você não está
entendendo. Eu vou casar amanhã", diz, nervosa, sem querer
responder mais nada. Ela tentava, ontem, ir de Brasília para
Belo Horizonte.
A administradora Gesiane
Fernandes chora porque perdeu o enterro do pai em Palmas. O vôo dela, que saiu de
Goiânia, fez escala em Brasília e
não tinha previsão de decolagem. "Ninguém liga que meu
pai faleceu, mas na hora de receber nosso dinheiro eles nos
dão atenção".
Laura Portugal, pedagoga já
não tem nem mais forças para
brigar após 16 horas de aeroporto em aeroporto com o filho
Gustavo, de sete meses, no colo.
Ela saiu de São Luiz, no Maranhão, às 2h da manhã e, às 18h,
tentava embarcar para Belo
Horizonte.
O pecuarista Lupércio Crevelara ainda demonstrava paciência mesmo sem saber
quando terminaria a sua peregrinação iniciada na madrugada da última quinta-feira,
quando saiu de Porto Velho,
Rondônia. Ele voltava de uma
viagem de negócios, para retornar a São Paulo. "Só quero saber para onde foi minha mala".
As cenas refletem o caos que
tomou conta ontem dos balcões de check-in da TAM no aeroporto de Brasília. No final da
manhã, 30 passageiros invadiram a pista do aeroporto, mas
foram retirados pela polícia. À
tarde, a fila no aeroporto chegava ao estacionamento.
Uma olhada rápida pelo hall
do aeroporto já indicava que os
problemas estavam concentrados no lado direito. Justamente
a área reservada para o check-in da TAM. Na outra parte, onde ficam as companhias Gol e
Varig, a situação era normal.
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