São Paulo, quarta, 23 de dezembro de 1998

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SAÚDE
Novos funcionários contratados não terão mais estabilidade
Hospitais federais do Rio vão atuar em forma de consórcio

da Sucursal de Brasília

O ministro da Saúde, José Serra, anunciou ontem que, a partir do ano que vem, os 14 hospitais públicos federais do Rio de Janeiro vão atuar em forma de consórcio, com modelo de gestão de organização social.
Essas organizações, criadas pelo governo há dois anos, são entidades de direito privado, prestadoras de serviços públicos e sem fins lucrativos.
Elas são supervisionadas por conselho administrativo e orientadas por um contrato de gestão, que estabelece metas e condições de realização. As entidades têm mais autonomia em relação ao Estado do que as estatais tradicionais. "Os hospitais vão ter política de compra comum, política de especialização entre eles, e a transferência de pessoal será automática", disse Serra.
Os próximos funcionários contratados pelos hospitais não terão estabilidade no emprego.
Segundo o ministro Serra, o novo modelo não será "receita ampla, geral e irrestrita" para todo o Brasil. "Temos de ver as realidades locais."
"A idéia é fazer (a implantação do novo modelo) em parceria com governo estadual, prefeitura e comunidade", completou Serra.
Para o ministro, há na sociedade brasileira a idéia de que, se o sistema público não está funcionando, é melhor entregar para o mercado.
Serra fez críticas aos planos privados de saúde. "Sem o serviço público, quem recebe dois salários mínimos vai morrer ou terá o plano de saúde aspirina em copo d'água." O Brasil, de acordo com o ministro, caminha para um sistema de saúde misto, com participação dos setores público e privado.



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