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ADMINISTRAÇÃO
Empresários se reuniram para discutir se vão à Justiça contra decisão que suspendeu redução da alíquota de taxa
Ação pode contestar na Justiça ISS maior
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresários dos setores de terceirização, de contratação de
mão-de-obra e de limpeza podem
propor ação contra uma decisão
de anteontem do Tribunal de Justiça de São Paulo que suspendeu a
redução da alíquota de ISS (Imposto Sobre Serviços) para empresas de determinadas áreas.
O assunto foi discutido ontem
em uma reunião de dois sindicatos e uma associação de empresas
do setor. No total, as entidades representam cerca de 5.000 empresas no Estado de São Paulo.
Eles voltam a se reunir na próxima segunda-feira para discutir
possíveis medidas judiciais contra
a decisão do TJ.
Anteontem, o presidente do tribunal, Márcio Bonilha, acatou recurso da prefeita Marta Suplicy
(PT) em uma ação direta de inconstitucionalidade proposta
contra o Refis (Programa de Recuperação Fiscal).
Com a decisão, ficou suspenso
um artigo incluído na lei do programa que previa redução de 5%
para 0,75% da alíquota do ISS para empresas com sede em São
Paulo, como as de contratação de
mão-de-obra.
A mudança havia sido aprovada
no final do ano passado pela Câmara e transformada em lei pelo
ex-prefeito Celso Pitta (PTN).
A ação da prefeita foi proposta,
entre outros motivos, devido a
um estudo feito pela equipe da Secretaria das Finanças.
O levantamento mostra que a
redução da alíquota do ISS provocaria perda de R$ 275,8 milhões
com a arrecadação do tributo.
Segundo o Sindicon (empresas
de asseio e conservação), o Sindeprestem (mão-de-obra e trabalho
temporário) e a Asserttem (serviços terceirizáveis), a redução da
alíquota poderia atrair cerca de
2.500 empresas e, consequentemente, uma arrecadação maior
de ISS para São Paulo.
Segundo o argumento das entidades, as empresas se transfeririam de outras cidades para se beneficiar da lei do ex-prefeito.
Além do imposto menor, o objetivo seria o de obter custos menores de transporte de funcionários e de equipamentos, pois algumas empresas já prestam serviços
em São Paulo.
O argumento é rebatido pelo secretário das Finanças, João Sayad.
Ele considera que a cidade não
deve entrar na "guerra fiscal", reduzindo a alíquota do ISS, para
atrair empresas. A justificativa é a
de que outras cidades já tem alíquotas menores do que a de
0,75%, que foi suspensa.
Material divulgado pelos sindicatos e associação que se reuniram ontem informa que, na Grande São Paulo, há sete cidades com
alíquota menor de que 0,5%. A taxa incide sobre os serviços prestados pelas empresas.
Na ação que as empresas poderão propor, também poderá ser
contestada a suspensão de outro
artigo do Refis. Ele perdoava a dívida de ISS para empresas que se
instalassem em São Paulo.
O artigo beneficiaria empresas
que, segundo a prefeitura, têm sedes de fachada em municípios da
Grande São Paulo com o objetivo
de recolher menos imposto.
Como vigorava, o artigo permitia que a cobrança de imposto fosse perdoada, se fosse comprovado
o recolhimento do tributo em outra cidade. Essa situação ocorreria
mesmo se a prefeitura já tivesse
constatado a ocorrência de sonegação do tributo na cidade.
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