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ADMINISTRAÇÃO
Líder petista defende medidas duras para evitar que atitudes dos prefeitos prejudiquem a imagem do partido
Lula critica prática de nepotismo pelo PT
DA REPORTAGEM LOCAL
O líder petista Luiz Inácio Lula
da Silva criticou ontem a prática
de nepotismo no partido e pediu
"medidas duras" para evitá-la.
Ele citou nominalmente o
exemplo de Caetés (PE), município desmembrado de Garanhuns,
sua terra natal. Disse que a atitude
do prefeito Zé da Luz, que nomeou sete parentes, incluindo a
mulher e uma filha, é "grave".
"Colocar mulher e filho não é
uma prática do PT. A população
até aceita o PFL fazer isso, mas
não é bom o PT fazer", declarou.
Lula defendeu que o partido tome uma "atitude" quanto a esse e
a outros casos que surjam, mas
não especificou o que poderia ser.
No final da tarde, seguindo recomendação do partido, o prefeito
de Caetés demitiu a mulher, que
era secretária da Educação.
Há ainda denúncias de nepotismo petista em Quixadá (CE) e Recife (PE). Outro caso controverso
foi o aumento do salário do prefeito de Aracaju (SE), Marcelo Déda, aprovado pela Câmara. Pressionado pela cúpula do partido,
Déda abriu mão do aumento.
O desgaste levou a Executiva
Nacional do PT a recomendar
formalmente, anteontem, que todos os prefeitos reconsiderem a
nomeação de parentes.
Para Lula, o PT não pode se arriscar a perder o que ele chamou
de "seu patrimônio". "Eu acho
que o PT tem um patrimônio, que
é a questão da ética, da seriedade
no trato da coisa pública, que não
pode perder", disse. "Se você permitir, daqui a pouco nós viramos
um partido como outro qualquer,
que é o que nossos adversários
desejam. Eu acho que o partido
não vai permitir isso."
Apesar das críticas, Lula defendeu a postura do prefeito de Recife, João Paulo, que nomeou a mulher para o cargo de assessora especial da Secretaria da Saúde.
"O caso do João Paulo eu não
considero nepotismo, porque a
mulher já era funcionária pública,
ele apenas a requisitou." No momento da declaração, Lula não sabia que ela havia sido exonerada.
Lula disse ainda que Déda "não
teve culpa" pelo aumento de seu
salário. "Foi uma decisão da Câmara, e o Déda teve o bom senso
de recusar."
(FÁBIO ZANINI)
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