São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2001

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"Se o partido quiser, faço um plebiscito"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

"Se o PT continuar com esse comportamento infanto-juvenil e estiver precisando de uma imolação nacional, estou disposto a ser o sacrificado." A frase é do prefeito petista Ilário Marques, de Quixadá (CE).
A mulher dele, Raquel Marques, é secretária da Saúde e Ação Social de Quixadá, município de 70 mil habitantes (156 km de Fortaleza). "Ela é unanimidade na cidade. Se o partido quiser, faço um plebiscito. Mas a Raquel fica", disse o prefeito.
Marques afirmou que nenhum dirigente nacional do partido o havia procurado para pressioná-lo sobre a saída da mulher da secretaria. O prefeito de Quixadá afirmou que só ficou sabendo da decisão do partido por meio da imprensa.
"Esperava-se que o PT fizesse coisas erradas em suas administrações, mas isso não aconteceu. Então encontraram esse ponto para bater. Se o partido não está preparado para enfrentar esse tipo de pressão, como é que pretende governar o país?"
O prefeito disse estar "tranquilo". "Para mim, o partido não é o fim, mas o meio. Entre o partido e Quixadá, fico com Quixadá e a Raquel."
A mulher de Marques é formada em psicologia e cursa mestrado em saúde pública. Além de ter sido secretária da Saúde na primeira gestão do marido, trabalhou na Prefeitura de Fortaleza e no governo do Estado do Ceará, sempre implementando programas de saúde pública.
"Estamos num município do interior. Não temos quadros capacitados. Com certeza estamos fazendo muito mais do que alguns burocratas medíocres que, por caminhos enviesados, alcançaram cargos de dirigentes do partido."
O prefeito de Quixadá foi um dos fundadores do PT cearense. Já foi integrante da direção nacional e nunca esteve em outro partido.
Ele reclama que não recebeu nenhum apoio da direção nacional do partido ao reassumir a Prefeitura de Quixadá. "Encontrei tudo liquidado. Só que nenhum dirigente nacional do PT veio saber como estava a situação da prefeitura, se eu estava precisando de ajuda, ninguém ofereceu uma assessoria." (KAMILA FERNANDES)


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