São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2001

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ACIDENTE

Segundo avaliação dos moradores da região, sinalização precária é responsável pela colisão ocorrida em Niterói

Choque entre trem e ônibus deixa nove feridos no Rio

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Trem e ônibus que se chocaram no cruzamento da passagem de nível com a rua General Castrioto, no Rio


DA SUCURSAL DO RIO

Um choque violento entre um trem de passageiros e um ônibus deixou, pelo menos, nove pessoas feridas, ontem à tarde, em Niterói, município a 14 km do Rio.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, por volta das 16h30 a composição ferroviária, que seguia de Niterói para Visconde de Itaboraí (distrito de Itaboraí, cidade a 45 km do Rio), se chocou com um ônibus da viação Expresso Barreto ao cruzar a passagem de nível existente na rua General Castrioto, no bairro do Barreto, que fica na zona norte de Niterói).
Testemunhas contaram que o trem arrastou o ônibus por cerca de dez metros.

Estrago
A frente e a lateral direita do veículo ficaram completamente destruídas. No ônibus, bancos de passageiros ficaram retorcidos. Era possível ver manchas de sangue em um dos bancos. Os vidros dianteiros ficaram completamente estilhaçados e o painel do ônibus foi arremessado para fora do veículo.
Moradores do bairro denunciam a falta de sinalização no cruzamento, o que já teria provocado pelo menos outros três acidentes.
Bombeiros dos quartéis de Niterói e São Gonçalo (cidade a 25 km do Rio, na Baixada Fluminense) foram para o local socorrer as vítimas -todas estavam dentro do ônibus. Duas delas ficaram presas nas ferragens.
Até o fechamento desta edição, nove pessoas haviam sido internadas em dois hospitais da região (Azevedo Lima e Universitário Antônio Pedro).
O caso mais grave é o do passageiro Hélio Barros, que sofreu traumatismo craniano e foi internado no hospital Azevedo Lima (no bairro do Fonseca, zona norte de Niterói). Seu estado exige observação.
O motorista do ônibus, Alcir Moraes Palmirim, 59, foi levado para o Hospital Universitário Antônio Pedro, no centro de Niterói.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da UFF (Universidade Federal Fluminense), a qual o hospital é vinculado, Palmirim sofreu apenas ferimentos leves e deveria ser liberado no início da noite.
O maquinista Luiz Cláudio da Costa, 44, também ficou ferido e foi internado no Azevedo Lima.
Segundo informações do hospital, Costa, assim como outros sete pacientes, sofreu apenas escoriações leves e não corre risco de morte.
A assessoria de imprensa da Flumitrens -empresa estadual responsável pela administração dos trens de passageiros que circulam fora da cidade do Rio- atribuiu a culpa pelo acidente ao motorista do ônibus, acusado de dirigir em alta velocidade.

"Sinalização precária"
"A sinalização ali é precária, mas o trem vinha apitando desde longe", afirmou Fernando Barros, assessor da empresa.
Segundo Barros, o trem que faz o trajeto trafega a uma velocidade máxima de 20 km/h.
"Se ele (o trem) estivesse em alta velocidade, teria matado todo mundo", disse o assessor.
Na passagem de nível, não existem cancelas. O assessor da Flumitrens disse que apenas um sinal luminoso que, com a aproximação do trem, avisa os motorista para a necessidade de parar.
A rua onde aconteceu o acidente foi interditada, o que provocou um grande engarrafamento nas vias próximas ao local do choque.
Às 19h, o ônibus começou a ser retirado da pista, mas o trem permanecia atravessado no local.


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