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EM BELO HORIZONTE

Duas cápsulas contendo césio 137, material radioativo, desapareceram em um hospital da zona sul de Belo Horizonte. O alerta foi dado ontem pelo físico Silvestre Paiano, coordenador do CDTN (Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear), de Belo Horizonte, órgão da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
O físico disse que pode haver contaminação se as cápsulas ficarem encostadas no corpo de uma pessoa durante um longo período de tempo ou se forem abertas e o césio for manipulado.
As cápsulas medem 2 cm de comprimento por 2 mm de diâmetro e contêm, cada uma delas, 20 milicuries de césio 137.
Essa quantidade representa uma intensidade 40 mil vezes menor do que a do mesmo material que, em 1987, provocou a contaminação de mais de 200 pessoas em Goiânia (GO), causando a morte de quatro delas.
Mas Paiano afirma que a possibilidade de contaminação é a mesma, caso haja contato direto com o material das cápsulas.
O césio 137 é utilizado na radioterapia, tratamento indicado nos casos de câncer. As cápsulas são inseridas no corpo do paciente por períodos determinados.
O CDTN foi informado sobre o desaparecimento das cápsulas no último dia 17 pela diretoria do hospital, uma semana após o serviço de radioproteção do Hospital Luxemburgo, particular, ter dado falta do material.
O responsável pelo serviço, José Pedro Chamone, disse que as cápsulas foram usadas em uma paciente com câncer no útero, no último dia 9. Elas estavam dentro de uma sonda introduzida na via urinária da mulher.
Para ele, o mais provável é que, pelo fato de a paciente ter tido convulsões, duas das cinco cápsulas tenham caído durante o procedimento de retirada da sonda sobre a roupa de cama. Só no dia seguinte, quando foi feita a conferência do o material radioativo, foi percebido o desaparecimento.



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