São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2000


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MEDICAMENTOS
Remédios deverão ser recolhidos dentro de 90 dias; funcionários denunciam irregularidades
Vigilância fecha laboratório em Atibaia

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A Vigilância Sanitária de Atibaia (65 km de São Paulo) lacrou ontem a Luma Indústria Farmacêutica, acusada de, entre outras coisas, remarcar a data de validade de medicamentos.
O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado vai decretar amanhã a interdição cautelar dos 40 medicamentos produzidos pela empresa.
Com a medida, os medicamentos ficam proibidos de ser comercializados e utilizados. A autorização para que sejam recolhidos os remédios que estão no comércio deve sair em 90 dias.
As denúncias contra a empresa também devem ser investigadas pela CPI dos Medicamentos.
A Vigilância Sanitária de Atibaia aguarda o mandado de busca e apreensão da Justiça para realizar vistoria na indústria. A Guarda Municipal faz a segurança do local, para evitar que os medicamentos sejam retirados.
Anteontem, os 60 funcionários da indústria denunciaram diversas irregularidades cometidas pela empresa à Vigilância Sanitária. Eles ainda registraram um boletim de ocorrência.
Entre as denúncias estão falta de higiene, remarcação das datas de remédios que estavam próximos de vencer e do nome do farmacêutico responsável e a reutilização de material químico.
"Teremos 90 dias para investigar as denúncias e decidir sobre o possível recolhimento dos medicamentos", disse a diretora do Centro de Vigilância Sanitária, Marisa Lima Carvalho.
Cinco vistorias foram realizadas pela Vigilância Sanitária de Atibaia no período de um ano e a empresa foi multada em cerca de R$ 30 mil, segundo o chefe da divisão de fiscalização de medicamentos da Vigilância, José Eduardo Mariano.

Apreensão
A última fiscalização aconteceu em janeiro e três autos de infração foram expedidos após a constatação de problemas na fabricação dos medicamentos com penicilina. Houve apreensão de todo o estoque dos produtos à base dessa substância.
A Luma produz 40 tipos de medicamentos, entre antibióticos, antitérmicos, diuréticos e vermífugos, que eram distribuídos para as prefeituras dos municípios das regiões Norte e Nordeste do país e do interior de São Paulo.
De acordo com os funcionários da indústria, o laboratório está fechado há pelo menos 15 dias.
Segundo o técnico em química Marcos Augusto da Silva, no último dia 7, os funcionários foram informados pela farmacêutica responsável, Nídia Rodrigues de Paula Lima, de que a empresa estava falida. O proprietário da Luma, Rubens Guimarães Jorge, negou as acusações e disse que a falência da empresa foi decretada há duas semanas.
A empresa teve a falência decretada no dia 17 de agosto do ano passado, mas Jorge diz que conseguiu liminar anulando a decisão no dia 26 do mesmo mês.
Segunda a 3ª Vara Cível de Atibaia, a nova falência da empresa ainda não foi decreta.
O Fórum da cidade informou que há 16 pedidos de falência da Luma e 316 protestos de dívidas.


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