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MEDICAMENTOS
Remédios deverão ser recolhidos dentro de 90 dias; funcionários denunciam irregularidades
Vigilância fecha laboratório em Atibaia
free lance para a Folha Campinas
A Vigilância Sanitária de Atibaia (65 km de São Paulo) lacrou
ontem a Luma Indústria Farmacêutica, acusada de, entre outras
coisas, remarcar a data de validade de medicamentos.
O Centro de Vigilância Sanitária
da Secretaria da Saúde do Estado
vai decretar amanhã a interdição
cautelar dos 40 medicamentos
produzidos pela empresa.
Com a medida, os medicamentos ficam proibidos de ser comercializados e utilizados. A autorização para que sejam recolhidos os
remédios que estão no comércio
deve sair em 90 dias.
As denúncias contra a empresa
também devem ser investigadas
pela CPI dos Medicamentos.
A Vigilância Sanitária de Atibaia aguarda o mandado de busca
e apreensão da Justiça para realizar vistoria na indústria. A Guarda Municipal faz a segurança do
local, para evitar que os medicamentos sejam retirados.
Anteontem, os 60 funcionários
da indústria denunciaram diversas irregularidades cometidas pela empresa à Vigilância Sanitária.
Eles ainda registraram um boletim de ocorrência.
Entre as denúncias estão falta de
higiene, remarcação das datas de
remédios que estavam próximos
de vencer e do nome do farmacêutico responsável e a reutilização de material químico.
"Teremos 90 dias para investigar as denúncias e decidir sobre o
possível recolhimento dos medicamentos", disse a diretora do
Centro de Vigilância Sanitária,
Marisa Lima Carvalho.
Cinco vistorias foram realizadas
pela Vigilância Sanitária de Atibaia no período de um ano e a
empresa foi multada em cerca de
R$ 30 mil, segundo o chefe da divisão de fiscalização de medicamentos da Vigilância, José Eduardo Mariano.
Apreensão
A última fiscalização aconteceu
em janeiro e três autos de infração
foram expedidos após a constatação de problemas na fabricação
dos medicamentos com penicilina. Houve apreensão de todo o estoque dos produtos à base dessa
substância.
A Luma produz 40 tipos de medicamentos, entre antibióticos,
antitérmicos, diuréticos e vermífugos, que eram distribuídos para
as prefeituras dos municípios das
regiões Norte e Nordeste do país e
do interior de São Paulo.
De acordo com os funcionários
da indústria, o laboratório está fechado há pelo menos 15 dias.
Segundo o técnico em química
Marcos Augusto da Silva, no último dia 7, os funcionários foram
informados pela farmacêutica
responsável, Nídia Rodrigues de
Paula Lima, de que a empresa estava falida. O proprietário da Luma, Rubens Guimarães Jorge, negou as acusações e disse que a falência da empresa foi decretada
há duas semanas.
A empresa teve a falência decretada no dia 17 de agosto do ano
passado, mas Jorge diz que conseguiu liminar anulando a decisão
no dia 26 do mesmo mês.
Segunda a 3ª Vara Cível de Atibaia, a nova falência da empresa
ainda não foi decreta.
O Fórum da cidade informou
que há 16 pedidos de falência da
Luma e 316 protestos de dívidas.
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