São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2000


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Doença crônica ganha genérico

DANIELA NAHASS
free-lance para a Folha

O Ministério da Saúde anunciou na noite de ontem a aprovação de mais três remédios genéricos de três laboratórios diferentes. Pela primeira vez será colocado no mercado um genérico para doenças crônicas, isto é, um medicamento que precisa ser tomado diariamente.
Com esses três novos remédios, sobe para 13 o número de genéricos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no mercado brasileiro. Até agora, o preço dos remédios genéricos colocados no mercado têm sido cerca de 40% mais baratos do que os produtos originais.
Os brasileiros que sofrem de hipertensão terão à disposição o maleato de enalapril, em comprimidos de 5, 10 ou 20 mg que serão vendidos com preços mais baratos do que o produto original, conhecido como Renitec.
A Folha ligou para o laboratório Glicolabor Indústria Farmacêutica Ltda. na noite de ontem, no horário que o Ministério da Saúde divulgou a liberação, para saber o preço do genérico, mas não havia nenhum funcionário no local.
Outro genérico liberado pelo Ministério da Saúde foi o cloridrato de metoclopramida solução oral de 4 mg/ml, fabricado pelo laboratório Teuto-Brasileiro. Este remédio é conhecido nas farmácias como Plasil e é usado contra vômitos. O Plasil é vendido em média por cerca de R$ 6.
Anteriormente, o Ministério da Saúde já havia autorizado o registro do cloridrato de metoclopramida para uso em hospitais. O genérico liberado ontem será vendido em farmácias.
O terceiro genérico liberado é a ampicilina 250 mg/ml, pó para suspensão oral, do laboratório EMS Indústria Farmacêutica Ltda.. O antibiótico genérico será vendido por R$ 5,07, enquanto o produto original Amplacilina custa R$ 8,65. A redução do preço é de 41,39%.
Esta é a segunda ampicilina colocada no mercado como genérico. O Ministério da Saúde já havia aprovado o registro deste mesmo remédio em drágeas, também fabricado pelo laboratório EMS.
Outros 147 remédios aguardam registro. O laboratório EMS, por exemplo, tem mais 37 medicamentos aguardando a liberação do Ministério da Saúde. O presidente da EMS, Carlos Eduardo Sanchez, havia afirmado anteriormente que o principal marketing dos genéricos é o seu preço baixo.
Os genéricos têm composição e efeitos idênticos aos dos remédios originais. Os testes que diferenciam os remédios genéricos dos similares são os de bioequivalência (que avalia a relação entre sua composição e os efeitos que produz) e de biodisponibilidade (que avalia o tempo e forma de absorção da droga).


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