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Caloura queimada em trote não está segura de quem foi o autor
SILVIA DE MOURA
da Agência Folha
A caloura Mariângela Cláudia
Dias Chaves, 22 anos, que teve
parte das costas queimadas durante trote na semana passada,
em Catanduva (385 km a noroeste de São Paulo), prestou depoimento ontem à polícia.
De acordo com a delegada Heloísa Ferreira de Brito, da Delegacia da Mulher, a estudante disse
"não ter certeza de quem jogou o
líquido em seu corpo", que acabou causando as queimaduras.
No depoimento, Mariângela
afirmou que "a brincadeira" partiu do Diretório Acadêmico da
Faeca (Faculdade de Administração de Empresas de Catanduva).
"Quem não quisesse passar pelo
trote teria de fazer a doação de R$
30, que seriam usados na compra
de cestas básicas para instituições
de caridade", disse a delegada,
com base no testemunho. Mariângela estava sem dinheiro e se
sujeitou ao trote.
A garota contou que os integrantes do diretório vistoriaram
as pessoas que aplicariam o trote,
já que os alunos tinham preocupação de que algum produto pudesse causar ferimentos. Ficaram
apenas tintas, batons e farinhas.
Outros materiais, como amoníaco, foram recolhidos.
Segundo a depoente, o "evento
estava acontecendo com muita
alegria". Durante o tumulto, um
rapaz jogou um líquido por dentro da camiseta da garota. Mariângela perguntou o que tinham
jogado, pois estava ardendo.
"Ela disse que ouviu alguém falar que a mistura tinha água e um
produto para lavar motores de
carros.", afirmou a delegada.
A Faeca instaurou uma comissão administrativa de sindicância
e está ouvindo pessoas envolvidas
no trote. Sua direção também divulgou nota proibindo o trote.
A Agência Folha não conseguiu
falar ontem com integrantes do
Diretório Acadêmico da Faeca.
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