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MÁFIA DA PROPINA
A vereadora estava detida desde 21 de dezembro, em São Paulo, acusada de intimidação de testemunhas
Maria Helena diz que "foi bom" ficar presa
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
A vereadora de São Paulo Maria
Helena Fontes (suspensa do PL)
deixou ontem a carceragem do
89º DP (Portal do Morumbi), às
17h25. Ela estava detida no local
desde 21 de dezembro, acusada de
intimidação de testemunhas.
Em uma breve e conturbada entrevista coletiva, Maria Helena se
disse injustiçada e afirmou que o
tempo em que ficou na cadeia "foi
bom porque foi um momento de
reflexão e coisas boas".
O alvará de soltura da vereadora
foi expedido pelo juiz Louri Geraldo Barbieiro e chegou às 16h30
no DP. Os advogados de Maria
Helena, Paulo da Cunha Bueno
Filho e André Tiba, levaram o oficial de justiça à delegacia para
apressar a soltura. Mas Maria Helena só deixou a cadeia depois que
seu filho Paulo Neme chegou.
Neme dirigia uma picape azul
com os dizeres "Maria Helena vereadora - a força da mulher" pintado na lataria. Ao sair, Maria Helena abraçou o filho e chorou.
Com cabelos curtos cortados há
20 dias por uma colega de cela, segundo policiais, e óculos escuros,
Maria Helena vestia branco "em
sinal de paz", conforme disseram
seus assessores.
"Entrei de cabeça erguida e estou saindo de cabeça erguida",
disse a parlamentar. Ela afirmou
que ainda acredita na Justiça.
"Existem homens sérios na nossa
Justiça." Maria Helena afirmou
que foi "muito injustiçada"
Ela disse acreditar que o processo na Câmara Municipal, onde
uma comissão analisa a cassação
de seu mandato, "vai transcorrer
com justiça". "Ninguém até agora
ouviu as pessoas que me acusaram. Todos foram depor sob
constrangimento."
Maria Helena não quis dizer se o
Ministério Público e a polícia extrapolaram suas funções. "A Justiça vai dizer tudo."
Ela garantiu que hoje estará na
Câmara às 9h para prestar depoimento à comissão. "É importante
que dêem prosseguimento ao
processo para que a verdade venha à tona. Achei sensacional terem instaurado essa comissão
processante."
Ela disse acreditar que está sendo perseguida pois é uma vereadora "que incomoda porque sempre trabalhou". Para Maria Helena, "se fizerem justiça, a cassação
não acontecerá".
A vereadora disse ainda que não
pretende mudar seu comportamento. Ela é considerada por seus
colegas uma pessoa agressiva.
"Sou autêntica", disse.
Sobre o fato de o Ministério Público ter denunciado o presidente
da Câmara, Armando Mellão
(PMDB), Maria Helena afirmou
que ele é um homem rico e não
iria "se sujar" pegando propina de
camelô. "É politicagem barata de
pessoas que não têm capacidade",
afirmou a vereadora.
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