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Vereador diz que denúncia é 'equívoco'
da Reportagem Local
O presidente da Câmara, Armando Mellão (PMDB), ocupou
ontem a tribuna da casa para
prestar contas aos colegas. Ele foi
denunciado anteontem pelo Ministério Público por concussão
(exigir vantagem para deixar de
cumprir a função) e formação de
quadrilha.
Mellão fez um discurso no qual
pediu aos demais vereadores para
"acreditarem na polícia". Ele disse que foi "pego de surpresa" com
a denúncia e prefere imaginar
"que se trata de um equívoco".
O vereador afirmou que a polícia fez várias diligências e ouviu
diversas testemunhas no processo que investigou a cobrança de
propinas na Administração Regional de São Miguel, na zona leste, cujo administrador foi indicado por ele, e "nada encontrou"
contra ele. "Foi feita uma devassa
em minha vida e não reclamo disso, porque é papel da polícia realizar este trabalho."
"Mas, no início deste ano, a polícia concluiu que não ficou caracterizado meu envolvimento com
a máfia dos fiscais", disse o presidente da Câmara.
A máfia dos fiscais é a expressão
pela qual ficou conhecida a atuação de fiscais que recolhiam dinheiro de camelôs para permitir
que eles ocupassem as ruas. Esse
dinheiro, segundo o Ministério
Público, em muitos casos era repassado para vereadores, que indicavam os administradores.
Mellão aproveitou o discurso
para fazer um apelo aos colegas.
"Não peço que acreditem em
mim, mas no relatório da polícia e
no trabalho sério feito por aquela
instituição, que concluiu que eu
não tenho nada a ver com as denúncias de cobrança de propina."
Para Mellão, o fato de, segundo
ele, não ter sido indiciado pela polícia, "é um atestado de idoneidade" a seu favor.
Apesar de Mellão não ter sido
indiciado, o Ministério Público
entendeu que os depoimentos de
testemunhas eram suficientes para denunciá-lo.
Alguns vereadores procuraram
Mellão logo pela manhã para ouvi-lo e também para prestar solidariedade. Ele garantiu que não
teve nenhuma participação no esquema de pagamento de propinas da regional. A dúvida agora é
se ele se licencia do cargo de presidente ou não.
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