São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dossiê revela crimes de perueiros

da Reportagem Local

O secretário dos Transportes de São Paulo, Getúlio Hanashiro, divulgou ontem dossiê da São Paulo Transporte (SPTrans) com ocorrências policiais envolvendo perueiros na cidade de São Paulo.
Somente em 1999 houve 375 ocorrências policiais causadas por incidentes envolvendo perueiros. As ocorrências vão de simples danos em acidentes de trânsito até tentativa de homicídio. O total de ocorrências em 99 supera o total de 228 casos nos anos de 98 e 97.
O aumento de casos, entretanto, é proporcional ao aumento de apreensões. A SPTrans apreendeu 10.263 lotações em 99 (média de 28,1 apreensões por dia). Em 98, haviam sido apreendidas 4.900 lotações, uma média de 13,4 por dia.
O dossiê foi a resposta de Hanashiro ao ofício enviado pelo promotor Carlos Cardoso, assessor especial de Direitos Humanos da Procuradoria Geral de Justiça, que requisitou, por ofício enviado à secretaria, uma mudança de atitude da Guarda Civil Metropolitana (GCM) nas abordagens aos perueiros clandestinos, durante blitze em conjunto com a SPTrans, que ele considerou arriscadas.
Cardoso estava preocupado principalmente com a forma de abordagem da GCM, que persegue as peruas durante as blitze, o que, para o promotor, coloca em risco a vida de passageiros e pedestres.
Além dos números foram remetidas cópias de boletins de ocorrência e reportagens, reproduzindo incidentes em que se envolveram perueiros, com ou sem a participação da SPTrans.
"Durante o ano passado não houve nenhuma denúncia formal de ações inadequadas e desconforme com o respeito a dignidade humana por parte dos nossos agentes fiscais", escreveu Hanashiro no ofício enviado à Cardoso junto com o dossiê.
Para o secretário, a exclusão da GCM poderia intensificar o que classificou como "intensificação do processo de anomia (ausência de leis, normas ou regras) que vive a sociedade brasileira".
Para Cardoso, a postura da GCM mudou após seu ofício. "Não houve mais notícia de problemas, mas proporia uma ação se continuassem as perseguições cinematográficas", disse.



Texto Anterior: Vereador diz que denúncia é "equívoco'
Próximo Texto: Encapuzados queimam mais um ônibus em Guarulhos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.