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CRIME
Patrões são acusados de forçar vítima a participar de sessões sadomasoquistas
Empregada acusa casal de abuso sexual
free-lance para a Folha
Um analista legislativo do Senado de 47 anos e sua ex-mulher, de
43, foram presos em flagrante na
madrugada de ontem acusados
de abusar sexualmente da empregada doméstica E.C.S., 19.
O exame de corpo de delito
constatou marcas espalhadas pelo
tronco e braços de E.C.S., provavelmente provocadas por chicotadas, e lacerações anais.
O analista disse à polícia que é
sadomasoquista e que E.C.S participou das sessões por livre e espontânea vontade. Ele negou as
demais acusações. Seu depoimento à polícia começou na tarde de
ontem e não havia terminado até
o fechamento desta edição.
Juntamente com o casal, a polícia apreendeu um pênis de borracha, três coleiras, correntes, algemas de couro, chicotes e um osso
de borracha, além de disquetes, fitas de vídeo, fotos da vítima nua
com várias marcas pelo corpo e
um revólver calibre 32 carregado.
A polícia chegou até a casa dos
patrões de E.C.S., localizada no
Lago Sul (região nobre de Brasília), por meio de um telefonema
da empregada. E.C.S. disse que
trabalhava na casa havia sete meses e que havia quatro meses vinha sendo agredida pelo patrão.
Segundo E.C.S., a ex-mulher do
analista participou de duas sessões sadomasoquistas.
Ela disse que resolveu chamar a
polícia porque ontem foi seviciada pelo analista e sua ex-mulher
durante toda a madrugada.
E.C.S. disse que não denunciou
o casal antes porque era constantemente ameaçada pelo funcionário do Senado. A empregada afirmou que obteve o emprego por
meio de um anúncio publicado
em um jornal. Segundo ela, o casal acusado vivia separado -ele
morava nos fundos da casa da ex-mulher.
E.C.S. contou que, durante os
três primeiros meses, manteve
uma "relação normal" de namoro
com o patrão. "No início eram tapinhas no rosto e no bumbum,
depois foi aumentando até chegar
ao insuportável", afirmou.
A delegada contou que o desejo
do funcionário, segundo a empregada, era "transformar" E.C.S. em
cachorro. A empregada contou à
polícia que o patrão colocava coleira de cachorro nela e a obrigava
a comer comida no chão.
Os acusados podem ser acusados de atentado violento ao pudor, cuja pena varia de seis a dez
anos de prisão, e também por
porte ilegal de armas, pena de um
a dois anos de reclusão.
Os acusados não quiseram dar
declarações. Seu advogado, Cláudio Reis, afirmou que também
não poderia fazer nenhum comentário sobre o caso.
E.C.S. afirmou que quer mudar
de cidade porque não confia na
Justiça brasileira. "Só por milagre
um pobre consegue alguma coisa
da Justiça", disse.
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