DA REPORTAGEM LOCAL

A megarrebelião fortaleceu o PCC (Primeiro Comando da Capital) dentro da Penitenciária do Estado. De acordo com mulheres de líderes da facção, os presos realizaram esta semana o maior ritual de "batismo" de novos adeptos, com a participação de 200 detentos.
De acordo com as mulheres, que fazem plantão em frente ao presídio, a liderança do PCC dentro da penitenciária (os presos Tio e G.) articulou o "batismo" temendo que as prováveis transferências desarticulassem o movimento.
No ritual da facção criminosa, substitutos foram designados para comandar o presídio na ausência da liderança atual.
Durante a megarrebelião realizada no último domingo, da qual participaram 29 presídios no Estado de São Paulo e na qual morreram 16 detentos, a facção contava com cerca de 20 comandantes em cada um dos três pavilhões do presídio.
No ritual de "batismo" do PCC, o detento aspirante tem de ser apresentado por um detento que já integre o movimento. Ambos fazem um corte no dedo e pingam sangue em um copo de "maria-louca" (cachaça artesanal de arroz e casca de laranja feita pelos próprios presos). Então, bebem juntos a mistura.
A partir daí, o aspirante jura cumprir o estatuto da facção, que dentre outras coisas promete pena de morte ao integrante que for solto e não ajudar os companheiros presos. (SÉRGIO DURAN)


Texto Anterior: Governo "caça" segundo escalão do PCC
Próximo Texto: Mulheres acampam na porta da Detenção
Índice