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Mulheres acampam na porta da Detenção
DO "AGORA SÃO PAULO"
Temendo uma nova rebelião
neste fim-de-semana por causa
da suspensão das visitas aos detentos nos presídios que se rebelaram no último domingo, mulheres e mães de presos decidiram
dormir na porta da Casa de Detenção.
Por volta das 17h de ontem, pelo
menos 15 mulheres já estavam no
local. "Vamos fazer vigília aqui.
Os presos já mandaram avisar
que vão virar tudo lá dentro e nós
temos medo de que a tropa de
choque invada", disse Fabiana, 21,
mulher de um detento do pavilhão 8.
Enquanto algumas mulheres
comemoravam a redução do número de visitas por preso, de oito
para duas por dia, outras reclamavam de rumores sobre o fim
da visita íntima.
A portaria publicada ontem no
"Diário Oficial" do Estado, que
disciplina as visitas nos presídios,
não prevê o fim da visita íntima.
Anteontem, com a notícia da
suspensão das visitas, cerca de
500 familiares de presos esperavam, por volta das 12h, na portaria que recebe os "jumbos" (sacolas de alimentos). O setor tem 12
boxes para fazer o atendimento,
mas apenas seis funcionaram.
Na fila, não há privilégio para
idosos, gestantes e deficientes físicos. Leidjane de Souza, 21, não
conseguiu entregar o "jumbo" do
marido, preso no pavilhão 8. Mas
conseguiu ver o detento por uma
fresta no muro do pavilhão, que
dá para a avenida Ataliba Leonel.
Com a filha Letícia, 5, conversou
com o marido. "Ser tratada assim
revolta", disse.
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