São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mulheres acampam na porta da Detenção

DO "AGORA SÃO PAULO"

Temendo uma nova rebelião neste fim-de-semana por causa da suspensão das visitas aos detentos nos presídios que se rebelaram no último domingo, mulheres e mães de presos decidiram dormir na porta da Casa de Detenção.
Por volta das 17h de ontem, pelo menos 15 mulheres já estavam no local. "Vamos fazer vigília aqui. Os presos já mandaram avisar que vão virar tudo lá dentro e nós temos medo de que a tropa de choque invada", disse Fabiana, 21, mulher de um detento do pavilhão 8.
Enquanto algumas mulheres comemoravam a redução do número de visitas por preso, de oito para duas por dia, outras reclamavam de rumores sobre o fim da visita íntima.
A portaria publicada ontem no "Diário Oficial" do Estado, que disciplina as visitas nos presídios, não prevê o fim da visita íntima.
Anteontem, com a notícia da suspensão das visitas, cerca de 500 familiares de presos esperavam, por volta das 12h, na portaria que recebe os "jumbos" (sacolas de alimentos). O setor tem 12 boxes para fazer o atendimento, mas apenas seis funcionaram.
Na fila, não há privilégio para idosos, gestantes e deficientes físicos. Leidjane de Souza, 21, não conseguiu entregar o "jumbo" do marido, preso no pavilhão 8. Mas conseguiu ver o detento por uma fresta no muro do pavilhão, que dá para a avenida Ataliba Leonel. Com a filha Letícia, 5, conversou com o marido. "Ser tratada assim revolta", disse.


Texto Anterior: PCC faz batismo de 200 presos em SP
Próximo Texto: Secretário tenta manter líder no Sul
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.