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O PODER DO CRIME
Nagashi Furukawa quer que Marcola, um dos cabeças do PCC que foi transferido do Carandiru para um presídio gaúcho, fique naquele Estado
Secretário tenta manter líder no Sul
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário estadual de Administração Penitenciária, Nagashi
Furukawa, disse ontem que está
negociando com o governo do
Rio Grande do Sul a permanência
naquele Estado do preso Wilians
Herbas Camacho, 33, o Marcola,
um dos principais líderes do PCC.
Marcola foi transferido do Carandiru para o Rio Grande do Sul
na semana passada, mas a Justiça
de Ijuí determinou que o preso já
poderia voltar para São Paulo
porque a situação nos presídios
paulistanos estaria normalizada.
Furukawa disse que o problema
pode ser contornado. "Estou conversando com o Bisol (José Paulo
Bisol, secretário gaúcho de Segurança Pública) e não há nenhuma
resistência contra Marcola ficar
naquele Estado."
O secretário não disse, no entanto, qual a alternativa para
manter o preso no Rio Grande do
Sul. A única decisão é, segundo
Furukawa, que Marcola será
mantido no Sul até o final do Carnaval.
O secretário negou que a volta
do preso traria desgaste para o governo estadual.
O coordenador da Coesp
(Coordenadoria de Estabelecimentos Penitenciários do Estado
de São Paulo), Sérgio Ricardo Salvador, disse ontem que Marcola
foi transferido por uma questão
administrativa, mas não informou qual. "Se houve uma decisão
de transferi-lo, é claro que a sua
volta pode trazer problemas."
Bisol disse depender da Justiça
para evitar o retorno de Marcola.
O governo gaúcho quer cooperar com o paulista, sob o argumento de que, ""sendo um Estado
da Federação, o Rio Grande do
Sul não pode deixar de ajudar no
combate ao crime", segundo o superintendente da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), Aírton Michels.
O juiz Laércio Sulczinski, da Vara de Execuções Criminais de Ijuí,
mantém a determinação de que
Marcola retorne a São Paulo. O
governo, porém, considera que
não há, ainda, condições de segurança ideais para isso. Oficialmente, diz que isso poderá ocorrer apenas após o Carnaval.
Colaborou Léo Gerchmann, da Agência
Folha, em Porto Alegre
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