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JUSTIÇA
Alvo serão promotores, não autoridades, diz assessor
Designação de mulher de secretário gera polêmica no Ministério Público
DA REPORTAGEM LOCAL
A procuradora de Justiça Valderez Deusdedit Abbud, mulher
do titular da Secretaria da Segurança paulista, Marco Vinicio Petrelluzzi, foi designada para trabalhar no setor do Ministério Público do Estado de São Paulo que
tem atribuição de abrir processos
criminais contra secretários.
A designação de Valderez para
trabalhar no setor de competência originária do Ministério Público foi feita pelo procurador-geral
de Justiça, José Geraldo Brito Filomeno, em dezembro passado.
O setor de competência originária é o único que tem poder para
processar o governador do Estado por atos de improbidade administrativa e para processar criminalmente, entre outros, os promotores de Justiça, os deputados
estaduais, o governador e os secretários de Estado.
A procuradora de Justiça Lúcia
Casali protestou contra a designação de Valderez durante a reunião
do Conselho Superior do Ministério Público de 30 de janeiro.
"Embora de reconhecer-se os
serviços prestados pela ilustre
procuradora de Justiça, entendo
que sua designação não atende
aos interesses institucionais na
exata medida em que expõe, desnecessária e negativamente, a
imagem do Ministério Público
perante a sociedade", afirmou.
Na mesma direção manifestou-se o procurador Antonio Bertone,
com apoio dos procuradores Paulo Spina, Marilisa Germano, Garreta Prats e Cristina Barreira.
Outro lado
O procurador de Justiça Ricardo Dias Leme, assessor do procurador-geral, disse à Folha que a
designação de Valderez foi feita
para que ela acompanhe casos de
promotores acusados de crime.
Em fevereiro, por exemplo, deverá ser julgado um desses casos.
Até a designação dela, os procuradores Ricardo Negrão e Regina
Capistrano eram os responsáveis
pelo setor de competência originária. Os dois continuam, e Valderez foi designada "sem prejuízo
de suas atribuições normais e anteriores designações".
Leme informou que ela continua dando pareceres na 1ª Procuradoria de Justiça. "Se a designação fosse ampla, ela não manteria
suas atividades normais", disse.
A Folha procurou Valderez ontem por intermédio de sua assessoria, mas ela não foi localizada
pelos assessores.
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