São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUSTIÇA

Alvo serão promotores, não autoridades, diz assessor

Designação de mulher de secretário gera polêmica no Ministério Público

DA REPORTAGEM LOCAL

A procuradora de Justiça Valderez Deusdedit Abbud, mulher do titular da Secretaria da Segurança paulista, Marco Vinicio Petrelluzzi, foi designada para trabalhar no setor do Ministério Público do Estado de São Paulo que tem atribuição de abrir processos criminais contra secretários.
A designação de Valderez para trabalhar no setor de competência originária do Ministério Público foi feita pelo procurador-geral de Justiça, José Geraldo Brito Filomeno, em dezembro passado.
O setor de competência originária é o único que tem poder para processar o governador do Estado por atos de improbidade administrativa e para processar criminalmente, entre outros, os promotores de Justiça, os deputados estaduais, o governador e os secretários de Estado.
A procuradora de Justiça Lúcia Casali protestou contra a designação de Valderez durante a reunião do Conselho Superior do Ministério Público de 30 de janeiro.
"Embora de reconhecer-se os serviços prestados pela ilustre procuradora de Justiça, entendo que sua designação não atende aos interesses institucionais na exata medida em que expõe, desnecessária e negativamente, a imagem do Ministério Público perante a sociedade", afirmou.
Na mesma direção manifestou-se o procurador Antonio Bertone, com apoio dos procuradores Paulo Spina, Marilisa Germano, Garreta Prats e Cristina Barreira.

Outro lado
O procurador de Justiça Ricardo Dias Leme, assessor do procurador-geral, disse à Folha que a designação de Valderez foi feita para que ela acompanhe casos de promotores acusados de crime. Em fevereiro, por exemplo, deverá ser julgado um desses casos.
Até a designação dela, os procuradores Ricardo Negrão e Regina Capistrano eram os responsáveis pelo setor de competência originária. Os dois continuam, e Valderez foi designada "sem prejuízo de suas atribuições normais e anteriores designações".
Leme informou que ela continua dando pareceres na 1ª Procuradoria de Justiça. "Se a designação fosse ampla, ela não manteria suas atividades normais", disse.
A Folha procurou Valderez ontem por intermédio de sua assessoria, mas ela não foi localizada pelos assessores.


Texto Anterior: Violência: Quadrilha amarra, tortura e ameaça de morte 5 pessoas em sítio no Rio
Próximo Texto: Diplomacia: Brasileiro preso na Grécia pode ser extraditado para os Estados Unidos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.