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CARNAVAL
SALVADOR
Fruto de uma brincadeira entre amigos, trio cresce e atrai 2.500 foliões
Bloco dos Mascarados mistura axé e discoteca
MARIANA VIVEIROS
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
Havaianas, marinheiros, piratas, vedetes, palhaços e odaliscas
no reino dos abadás. O Bloco dos
Mascarados fez funcionar uma
máquina do tempo na madrugada de ontem no circuito Dodô
(Barra-Ondina), em Salvador.
Misturados às fantasias tradicionais, estavam drag queens e muitos famosos.
A responsável por essa "salada"
é a cantora Margareth Menezes.
No Carnaval de 99, uma brincadeira entre amigos para homenagear os 450 anos de Salvador reuniu quase 500 pessoas. Neste ano,
2.500 associados saem no bloco,
que ganhou status de "cult".
A mistura continua na seleção
musical do trio elétrico. Margareth, que já cantou com David
Byrne, ex-líder do grupo Talking
Heads e grande entusiasta da chamada world music, adicionou
música eletrônica, discoteca e
funk ao axé e pagode. Para tanto,
contou com a ajuda dos cantores
Edson Cordeiro e Sandra de Sá.
"Se eu não fosse cantar, sairia no
bloco de qualquer maneira. Isso é
tudo o que precisa o Carnaval de
Salvador. Tirar o abadá e vestir
uma fantasia", disse Edson Cordeiro. Em cima do trio, ele cantou
sucessos dos anos 70 que viraram
hinos gays, como "I Will Survive"
e "It's Rainning Man "(ou "está
chovendo homem").
Sobre o clima de tolerância sexual reinante, o cantor disse que
Margareth tem um "glamour"
que atrai todo tipo de pessoa.
Entre os foliões ilustres, estavam as atrizes Vera Holtz, Ingra
Liberato, Marieta Severo e Sílvia
Buarque, o compositor Lenine, o
jornalista Nelson Motta, a consultora de moda Constanza Pascollato, o cantor Sidnei Magal e os atores Alexandre Barilari e Marco
Nanini, o padrinho do bloco, segundo a produção.
Paz, tapas e bombas
Apesar de o tema do Carnaval
de Salvador ser a paz, o que faz sucesso mesmo nas ruas é a "Bomba", o "Tapa na Cara" e o "Tapinha". São as músicas mais tocadas, concorrem a hits da festa e
têm até coreografia.
A "Bomba" é uma salsa cantada
pelo grupo baiano Braga Boys
(ex-Bragadá). "Tapa Na Cara",
que fala de uma mulher que pede
um tapa ao namorado, é do Pagod'art (também de Salvador). "Tapinha" é um dos funks cariocas
que tomaram conta do país nos
últimos meses e diz que "só um
tapinha não dói".
Ontem o dia foi das crianças; e a
noite, de Gilberto Gil e seus convidados, no trio independente Expresso 2222.
A Orquestra Afro-Baiana do Pelourinho fez a abertura da programação no centro histórico, reinterpretando músicas de Carnavais antigos.
Com uma decoração que homenageia o frevo, o Carnaval no Pelourinho atrai muitas famílias que
buscam mais tranquilidade durante a festa. Pelas ruas, bandas de
marchinhas e grupos performáticos fazem a alegria das crianças.
Clique aqui para ver o site do Carnaval 2001
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