São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

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CARNAVAL

SALVADOR

Fruto de uma brincadeira entre amigos, trio cresce e atrai 2.500 foliões

Bloco dos Mascarados mistura axé e discoteca

MARIANA VIVEIROS
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR

Havaianas, marinheiros, piratas, vedetes, palhaços e odaliscas no reino dos abadás. O Bloco dos Mascarados fez funcionar uma máquina do tempo na madrugada de ontem no circuito Dodô (Barra-Ondina), em Salvador. Misturados às fantasias tradicionais, estavam drag queens e muitos famosos.
A responsável por essa "salada" é a cantora Margareth Menezes. No Carnaval de 99, uma brincadeira entre amigos para homenagear os 450 anos de Salvador reuniu quase 500 pessoas. Neste ano, 2.500 associados saem no bloco, que ganhou status de "cult".
A mistura continua na seleção musical do trio elétrico. Margareth, que já cantou com David Byrne, ex-líder do grupo Talking Heads e grande entusiasta da chamada world music, adicionou música eletrônica, discoteca e funk ao axé e pagode. Para tanto, contou com a ajuda dos cantores Edson Cordeiro e Sandra de Sá.
"Se eu não fosse cantar, sairia no bloco de qualquer maneira. Isso é tudo o que precisa o Carnaval de Salvador. Tirar o abadá e vestir uma fantasia", disse Edson Cordeiro. Em cima do trio, ele cantou sucessos dos anos 70 que viraram hinos gays, como "I Will Survive" e "It's Rainning Man "(ou "está chovendo homem").
Sobre o clima de tolerância sexual reinante, o cantor disse que Margareth tem um "glamour" que atrai todo tipo de pessoa.
Entre os foliões ilustres, estavam as atrizes Vera Holtz, Ingra Liberato, Marieta Severo e Sílvia Buarque, o compositor Lenine, o jornalista Nelson Motta, a consultora de moda Constanza Pascollato, o cantor Sidnei Magal e os atores Alexandre Barilari e Marco Nanini, o padrinho do bloco, segundo a produção.

Paz, tapas e bombas
Apesar de o tema do Carnaval de Salvador ser a paz, o que faz sucesso mesmo nas ruas é a "Bomba", o "Tapa na Cara" e o "Tapinha". São as músicas mais tocadas, concorrem a hits da festa e têm até coreografia.
A "Bomba" é uma salsa cantada pelo grupo baiano Braga Boys (ex-Bragadá). "Tapa Na Cara", que fala de uma mulher que pede um tapa ao namorado, é do Pagod'art (também de Salvador). "Tapinha" é um dos funks cariocas que tomaram conta do país nos últimos meses e diz que "só um tapinha não dói".
Ontem o dia foi das crianças; e a noite, de Gilberto Gil e seus convidados, no trio independente Expresso 2222.
A Orquestra Afro-Baiana do Pelourinho fez a abertura da programação no centro histórico, reinterpretando músicas de Carnavais antigos.
Com uma decoração que homenageia o frevo, o Carnaval no Pelourinho atrai muitas famílias que buscam mais tranquilidade durante a festa. Pelas ruas, bandas de marchinhas e grupos performáticos fazem a alegria das crianças.

Clique aqui para ver o site do Carnaval 2001


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