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CARNAVAL
RIO DE JANEIRO
Escola, considerada fria e técnica, lidera ranking da Liesa há seis anos; último tri foi da Beija-Flor, nos anos 70
Imperatriz tenta ser tricampeã na avenida
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
Ela não é tão popular quanto a
Mangueira, o Salgueiro ou a Mocidade Independente. Mas seu desempenho nos últimos anos garante à Imperatriz Leopoldinense
o título de melhor escola de samba do Carnaval carioca.
Quando entrar na avenida, no
início da madrugada de terça-feira (é a quarta a desfilar), a escola
estará tentando o tricampeonato,
um feito que não é alcançado desde as conquistas da Beija-Flor em
76/77/78.
Há seis anos, a Imperatriz lidera
o ranking da Liga das Escolas de
Samba do Rio (Liesa). É considerada técnica, perfeccionista, fria,
uma escola que pratica um desfile
impecável, mas sempre de olho
no regulamento, sem emocionar.
Esse "Carnaval de resultados" já
rendeu uma performance impressionante. Desde 89, a escola
conseguiu cinco campeonatos,
dois vices, três terceiros, um quarto e um sexto lugares.
Fundada em 59, a Imperatriz já
tinha dois títulos -o bicampeonato de 80/81-, mas só começou
a entrar na elite do Carnaval carioca após uma reviravolta em 88.
Nesse ano, a escola ficou em último lugar. Quase foi rebaixada,
mas uma virada de mesa impediu
a ida para o Grupo de Acesso.
A partir dali tudo foi reformulado. A sacudida deu tão certo que,
no ano seguinte, em 89, a escola
conquistaria seu terceiro título,
com o enredo "Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós".
Enquanto colecionava vitórias,
a escola foi despertando a antipatia das torcidas adversárias. A vitória de 89, em cima do histórico
desfile de Joãosinho Trinta, em
que os componentes da Beija-Flor
se vestiram de mendigos e uma
réplica da estátua do Cristo Redentor, censurada, foi coberta de
preto com os dizeres "Mesmo
Proibido, Olhai Por Nós", causou
mal-estar e indignação.
"É natural que o público seja
tendencioso. Mas eles não sabem
o que é a bomba do regulamento,
cheio de detalhes", afirma a carnavalesca Rosa Magalhães, 53,
responsável por quatro dos sete
títulos da história da Imperatriz,
que este ano conta com cerca de
3.200 componentes.
"O segredo é fazer um trabalho
bem feito e gastar bastante. Nosso
patrono (o presidente de honra
Luiz Drumond) não economiza",
diz Maria Helena, a porta-bandeira, lembrando que cada fantasia
de baiana custou R$ 2.000.
Luizinho Drumond, além de
chefão da Imperatriz, é o presidente da Liesa. Cátia, sua filha e
vice-presidente de finanças, afirma que o orçamento para o Carnaval deste ano é de R$ 1,6 milhão.
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