São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

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CARNAVAL

RIO DE JANEIRO
Escola, considerada fria e técnica, lidera ranking da Liesa há seis anos; último tri foi da Beija-Flor, nos anos 70

Imperatriz tenta ser tricampeã na avenida

CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO

Ela não é tão popular quanto a Mangueira, o Salgueiro ou a Mocidade Independente. Mas seu desempenho nos últimos anos garante à Imperatriz Leopoldinense o título de melhor escola de samba do Carnaval carioca.
Quando entrar na avenida, no início da madrugada de terça-feira (é a quarta a desfilar), a escola estará tentando o tricampeonato, um feito que não é alcançado desde as conquistas da Beija-Flor em 76/77/78.
Há seis anos, a Imperatriz lidera o ranking da Liga das Escolas de Samba do Rio (Liesa). É considerada técnica, perfeccionista, fria, uma escola que pratica um desfile impecável, mas sempre de olho no regulamento, sem emocionar.
Esse "Carnaval de resultados" já rendeu uma performance impressionante. Desde 89, a escola conseguiu cinco campeonatos, dois vices, três terceiros, um quarto e um sexto lugares.
Fundada em 59, a Imperatriz já tinha dois títulos -o bicampeonato de 80/81-, mas só começou a entrar na elite do Carnaval carioca após uma reviravolta em 88. Nesse ano, a escola ficou em último lugar. Quase foi rebaixada, mas uma virada de mesa impediu a ida para o Grupo de Acesso.
A partir dali tudo foi reformulado. A sacudida deu tão certo que, no ano seguinte, em 89, a escola conquistaria seu terceiro título, com o enredo "Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós".
Enquanto colecionava vitórias, a escola foi despertando a antipatia das torcidas adversárias. A vitória de 89, em cima do histórico desfile de Joãosinho Trinta, em que os componentes da Beija-Flor se vestiram de mendigos e uma réplica da estátua do Cristo Redentor, censurada, foi coberta de preto com os dizeres "Mesmo Proibido, Olhai Por Nós", causou mal-estar e indignação.
"É natural que o público seja tendencioso. Mas eles não sabem o que é a bomba do regulamento, cheio de detalhes", afirma a carnavalesca Rosa Magalhães, 53, responsável por quatro dos sete títulos da história da Imperatriz, que este ano conta com cerca de 3.200 componentes.
"O segredo é fazer um trabalho bem feito e gastar bastante. Nosso patrono (o presidente de honra Luiz Drumond) não economiza", diz Maria Helena, a porta-bandeira, lembrando que cada fantasia de baiana custou R$ 2.000.
Luizinho Drumond, além de chefão da Imperatriz, é o presidente da Liesa. Cátia, sua filha e vice-presidente de finanças, afirma que o orçamento para o Carnaval deste ano é de R$ 1,6 milhão.

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