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foco
Saraus levam poesia
aos usuários do metrô durante a hora do rush
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na correria de São Paulo,
nem mesmo a poesia se safa
na hora do rush. Nova mania
cultural da cidade, os saraus
se instalaram também no metrô, em pleno horário de pico.
Ontem, às 18h, cerca de 40
pessoas se reuniram para ouvir e declamar poesias.
A maioria acompanha de
perto o roteiro de saraus paulistanos, que já conta com pelo menos 55 eventos.
No metrô Santa Cecília,
acontece desde agosto, toda
última terça-feira do mês.
"Não perco um", garante o
aposentado Luiz Roberto
Garrido, 68. Há pelo menos
seis meses, ele declama seus
poemas em saraus.
Ontem, fez sucesso com o
poema "Destemperados". "O
que eu gosto é de ouvir a gargalhada do público no final",
afirma Garrido, que define
seus poemas como "cômicos,
mas com crítica social".
Qualquer pessoa pode participar dos saraus, basta ter
a ideia e a desenvoltura para
encarar a plateia. "Morro de
vergonha de subir no palco,
venho só para ouvir", diz a estilista Ana Paula Rodrigues
Felipe, 24, que há um ano e
meio frequenta o sarau Politeama, na Vila Madalena.
Tímida, é a única da turma
que não participa. "Admiro
muito quem escreve, mas não
é para mim. Gosto de ler e de
ouvir o pessoal declamar."
Os saraus integram o projeto cultural Encontros, do metrô, e são organizados pela
Poiesis, responsável também
pelos eventos da Casa das
Rosas, do Museu da Língua
Portuguesa e da Casa Guilherme Almeida.
O projeto, que além do sarau conta com exposições de
foto e artes plásticas, deve ser
expandido para outras 15 estações ainda neste ano.
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