São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

foco

Saraus levam poesia aos usuários do metrô durante a hora do rush

LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na correria de São Paulo, nem mesmo a poesia se safa na hora do rush. Nova mania cultural da cidade, os saraus se instalaram também no metrô, em pleno horário de pico. Ontem, às 18h, cerca de 40 pessoas se reuniram para ouvir e declamar poesias.
A maioria acompanha de perto o roteiro de saraus paulistanos, que já conta com pelo menos 55 eventos.
No metrô Santa Cecília, acontece desde agosto, toda última terça-feira do mês. "Não perco um", garante o aposentado Luiz Roberto Garrido, 68. Há pelo menos seis meses, ele declama seus poemas em saraus.
Ontem, fez sucesso com o poema "Destemperados". "O que eu gosto é de ouvir a gargalhada do público no final", afirma Garrido, que define seus poemas como "cômicos, mas com crítica social".
Qualquer pessoa pode participar dos saraus, basta ter a ideia e a desenvoltura para encarar a plateia. "Morro de vergonha de subir no palco, venho só para ouvir", diz a estilista Ana Paula Rodrigues Felipe, 24, que há um ano e meio frequenta o sarau Politeama, na Vila Madalena.
Tímida, é a única da turma que não participa. "Admiro muito quem escreve, mas não é para mim. Gosto de ler e de ouvir o pessoal declamar."
Os saraus integram o projeto cultural Encontros, do metrô, e são organizados pela Poiesis, responsável também pelos eventos da Casa das Rosas, do Museu da Língua Portuguesa e da Casa Guilherme Almeida.
O projeto, que além do sarau conta com exposições de foto e artes plásticas, deve ser expandido para outras 15 estações ainda neste ano.


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Violência: Jovem envolvido na morte de João Hélio perde proteção
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.