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Loja que vendeu bolão "vencedor" atrai apostadores revoltados
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NOVO
HAMBURGO (RS)
"Ia ajudar a família, pagar as
contas, que não são poucas, e
investir o resto. Dá muita raiva", desabafava o vendedor
Luís Fernando Brunes, 35, sacudindo a cópia do bolão da
Mega-Sena em frente à lotérica
Esquina da Sorte, ontem, em
Novo Hamburgo (RS).
Situada no centro da cidade,
a lotérica atrai curiosos e a fúria
de apostadores que viram desmoronar o sonho de pôr a mão
no prêmio de R$ 53 milhões.
A loja está fechada desde anteontem, quando os apostadores descobriram que a aposta
não havia sido registrada. "Nosso direito de consumidor tem
de valer. A Caixa deve se responsabilizar pela lotérica", dizia o psicoterapeuta Liandro
Leichtweis, 48, outro que "ganhou", mas não levou o prêmio.
A história mobiliza o imaginário dos moradores de Novo
Hamburgo, de 257 mil habitantes, e abalou a confiança no bolão. Em quatro lotéricas visitadas pela Folha, apostas em cotas não são mais oferecidas.
"Eles dormiram ricos e acordaram pobres. Confiança tem
limite, só volto a comprar um
bolão se eles conseguirem receber o prêmio", disse o apostador Odair Morais, 28.
O advogado Marcelo Dias,
que defende o dono da lotérica,
José Paulo Abend, disse que
uma auditoria está sendo feita,
mas admitiu que a aposta feita
no sistema não corresponde às
combinações do bolão. Abend,
de acordo com ele, passou mal
na segunda-feira e está sedado.
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