São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

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Loja que vendeu bolão "vencedor" atrai apostadores revoltados

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NOVO HAMBURGO (RS)

"Ia ajudar a família, pagar as contas, que não são poucas, e investir o resto. Dá muita raiva", desabafava o vendedor Luís Fernando Brunes, 35, sacudindo a cópia do bolão da Mega-Sena em frente à lotérica Esquina da Sorte, ontem, em Novo Hamburgo (RS).
Situada no centro da cidade, a lotérica atrai curiosos e a fúria de apostadores que viram desmoronar o sonho de pôr a mão no prêmio de R$ 53 milhões.
A loja está fechada desde anteontem, quando os apostadores descobriram que a aposta não havia sido registrada. "Nosso direito de consumidor tem de valer. A Caixa deve se responsabilizar pela lotérica", dizia o psicoterapeuta Liandro Leichtweis, 48, outro que "ganhou", mas não levou o prêmio.
A história mobiliza o imaginário dos moradores de Novo Hamburgo, de 257 mil habitantes, e abalou a confiança no bolão. Em quatro lotéricas visitadas pela Folha, apostas em cotas não são mais oferecidas.
"Eles dormiram ricos e acordaram pobres. Confiança tem limite, só volto a comprar um bolão se eles conseguirem receber o prêmio", disse o apostador Odair Morais, 28.
O advogado Marcelo Dias, que defende o dono da lotérica, José Paulo Abend, disse que uma auditoria está sendo feita, mas admitiu que a aposta feita no sistema não corresponde às combinações do bolão. Abend, de acordo com ele, passou mal na segunda-feira e está sedado.


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