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Escola com desabrigados fica sem aulas
1.200 alunos ainda não retomaram os estudos devido às 17 pessoas instaladas em Emef no Jardim Pantanal
DO "AGORA"
Cerca de 1.200 estudantes de
uma escola municipal na zona
leste de SP estão sem aulas devido à presença de 17 vítimas
das enchentes na região do Jardim Pantanal, que estão instaladas na unidade. As aulas na
rede voltaram no dia 8.
O impasse na Emef (Escola
Municipal de Ensino Fundamental) Flávio Augusto Rosa,
no Jardim Helena, levou o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, a
afirmar ontem no Twitter que
estuda decretar recesso no colégio. Caso isso ocorra, a reposição de aulas pode ser nas férias.
Os desabrigados dizem que
foram levados para o local pela
Defesa Civil e que não têm para
onde ir. Algumas das famílias
instaladas no colégio estão ali
desde a primeira enchente no
Jardim Helena, em dezembro.
Entre essas pessoas, há hoje
quatro crianças e três adolescentes menores de 18 anos.
O colégio chegou, segundo os
desabrigados, a ter 53 vítimas
das cheias. Aos poucos, as famílias foram saindo. Algumas
aceitaram a bolsa-aluguel oferecida pela prefeitura, enquanto outras foram para um conjunto habitacional em Itaquaquecetuba (Grande SP).
"Mas nós não aceitamos nenhuma das duas coisas", diz Lucio Teixeira Rego, 35, um dos
instalados na escola. "Não vamos deixar a capital e, com a
bolsa-aluguel, além de termos
dificuldade para locar as casas,
não temos nenhuma garantia
de que daqui a seis meses o governo continue nos ajudando.
Fora essas opções, a prefeitura
não nos ofereceu nada", afirma.
Segundo a prefeitura, os desabrigados rejeitaram todas as
ofertas para a desocupação da
escola. Em nota, disse que "assistentes sociais da Secretaria
Municipal da Habitação continuam negociando com as famílias a desocupação imediata".
A situação incomoda quem
estuda ou tem filhos na Emef.
"Eu não tenho com quem deixar minhas duas filhas", diz a
faxineira Andréia dos Santos,
34, mãe de Katrin, 7, e Taiene,
6. "Pago uma vizinha para olhá-las enquanto trabalho, mas isso
pesa no orçamento."
Ontem, Andréia foi até a porta da escola perguntar quando
as aulas recomeçavam. "Estamos rezando para que seja
em breve", respondeu uma funcionária, que ainda complementou: "E amanhã [hoje] tem
reunião, quem estiver indignado é bom vir".
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