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Mães lactantes devem evitar vacina contra febre amarela
Alerta foi feito após recém-nascidos terem sintomas de problemas neurológicos
Segundo o Ministério da Saúde, quando a vacinação for inevitável, indicação é armazenar o leite ou utilizar banco de leite materno
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mulheres que estão amamentando bebês com até seis
meses devem evitar tomar a vacina contra a febre amarela, de
acordo com recomendação do
Ministério da Saúde.
O alerta foi feito em janeiro,
após a identificação de dois casos de recém-nascidos, filhos
de mães vacinadas, que apresentaram sintomas de problemas neurológicos. Eles tiveram
encefalite (inflamação no encéfalo), mas passam bem e não tiveram nenhuma sequela, informa o ministério.
A investigação dos casos, ambos no Rio Grande do Sul,
apontou que a causa do problema pode ter sido a transmissão
pelo leite materno do vírus presente na vacina.
Para o ministério, trata-se de
uma hipótese, reforçada pela
constatação de que os bebês se
alimentaram exclusivamente
com leite materno e também
pela exclusão de outras formas
de transmissão do vírus -os
dois não foram vacinados contra a doença, por exemplo.
Nos casos em que a vacinação
da mãe for inevitável no período de aleitamento, o ministério
recomenda duas alternativas.
A primeira é que, antes de se
imunizar, a mulher armazene o
leite materno e o mantenha
congelado para usar durante
os 14 dias em que o vírus da
vacina estiver ativo no organismo. A outra possibilidade para
as lactantes é ir a um banco de
leite materno.
Para as mulheres grávidas,
está mantida a recomendação
de que, caso sejam moradoras
de áreas com registro de casos,
devem consultar um médico
para saber se a imunização contra a doença é necessária.
Os casos dos dois bebês, de
acordo com a nota do ministério, ocorreram após um aumento no número de casos da
doença, que também elevou a
procura pela vacina.
Em 2008, foram registrados
46 casos, contra 13 no ano anterior. Por causa disso, o número
de doses da vacina aplicadas
mais do que triplicou, passando
de 5 milhões para 17 milhões no
mesmo período.
De acordo com o ministério,
entre 2% e 5% das pessoas vacinadas apresentam efeitos colaterais leves, como dor de cabeça e mal-estar, até uma semana
depois da imunização. Em casos raros, no entanto, pode haver consequências mais graves,
levando até a morte.
A nota informa também que
a causa dos efeitos adversos
ainda não foi totalmente esclarecida, mas pode estar relacionada a características dos indivíduos, uma vez que não foram
verificados nem problemas
com a vacina nem mutações do
vírus utilizado.
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