São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

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Mães lactantes devem evitar vacina contra febre amarela

Alerta foi feito após recém-nascidos terem sintomas de problemas neurológicos

Segundo o Ministério da Saúde, quando a vacinação for inevitável, indicação é armazenar o leite ou utilizar banco de leite materno

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mulheres que estão amamentando bebês com até seis meses devem evitar tomar a vacina contra a febre amarela, de acordo com recomendação do Ministério da Saúde.
O alerta foi feito em janeiro, após a identificação de dois casos de recém-nascidos, filhos de mães vacinadas, que apresentaram sintomas de problemas neurológicos. Eles tiveram encefalite (inflamação no encéfalo), mas passam bem e não tiveram nenhuma sequela, informa o ministério.
A investigação dos casos, ambos no Rio Grande do Sul, apontou que a causa do problema pode ter sido a transmissão pelo leite materno do vírus presente na vacina.
Para o ministério, trata-se de uma hipótese, reforçada pela constatação de que os bebês se alimentaram exclusivamente com leite materno e também pela exclusão de outras formas de transmissão do vírus -os dois não foram vacinados contra a doença, por exemplo.
Nos casos em que a vacinação da mãe for inevitável no período de aleitamento, o ministério recomenda duas alternativas.
A primeira é que, antes de se imunizar, a mulher armazene o leite materno e o mantenha congelado para usar durante os 14 dias em que o vírus da vacina estiver ativo no organismo. A outra possibilidade para as lactantes é ir a um banco de leite materno.
Para as mulheres grávidas, está mantida a recomendação de que, caso sejam moradoras de áreas com registro de casos, devem consultar um médico para saber se a imunização contra a doença é necessária.
Os casos dos dois bebês, de acordo com a nota do ministério, ocorreram após um aumento no número de casos da doença, que também elevou a procura pela vacina.
Em 2008, foram registrados 46 casos, contra 13 no ano anterior. Por causa disso, o número de doses da vacina aplicadas mais do que triplicou, passando de 5 milhões para 17 milhões no mesmo período.
De acordo com o ministério, entre 2% e 5% das pessoas vacinadas apresentam efeitos colaterais leves, como dor de cabeça e mal-estar, até uma semana depois da imunização. Em casos raros, no entanto, pode haver consequências mais graves, levando até a morte.
A nota informa também que a causa dos efeitos adversos ainda não foi totalmente esclarecida, mas pode estar relacionada a características dos indivíduos, uma vez que não foram verificados nem problemas com a vacina nem mutações do vírus utilizado.


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