São Paulo, terça, 24 de fevereiro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Blocos desfilam para todos no PE

VANDECK SANTIAGO
da Agência Folha, em Olinda e Recife

Para quem quer ver Carnaval, Olinda definitivamente não é o melhor lugar. Mas para quem quer cair na folia, é pouco provável que exista um local mais adequado, conforme mostrou ontem o desfile do bloco "Mulher na Vara", um dos destaque da festa na cidade.
O "Mulher na Vara" -a exemplo dos demais blocos da cidade, sejam eles grandes ou pequenos- é aberto à participação de qualquer pessoa, sem a exigência de fantasias nem abadás.
Também não tem cordão de isolamento, nem o folião precisa acompanhá-lo até o final do desfile. Pode segui-lo durante alguns metros e abandoná-lo mais adiante para entrar em outro bloco.
"As pessoas não vêm aqui para ver rostos famosos ou ficar em camarotes assistindo a desfiles. Vêm para brincar", disse o pesquisador José Ataíde, autor do livro "Olinda, Carnaval e Povo".
Como as ruas são muito estreitas, é impossível ficar parado, vendo o bloco passar -às vezes é preciso segui-lo, mesmo sem querer, até chegar em alguma área mais espaçosa, que permita ao folião involuntário dar meia volta e retornar ao lugar em que estava.
Em Recife, o evento mais esperado para ontem era a Noite dos Tambores Silenciosos, em que grupos de afoxé e maracatu Nação (de origem africana) se reúnem para tocar numa celebração da cultura negra.
O encontro acontece no centro da cidade, no Pátio do Terço, lugar em que moraram algumas das mais tradicionais mães-de-santo do Estado.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.