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São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

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RIO

Wanderley da Cruz foi acusado de ter contratado assassino de Valdeci de Jesus

Suspeito de matar deputado é solto

TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Suspeito de ser o "contratante" do assassinato do deputado estadual Valdeci Paiva de Jesus (PSL), morto no final de janeiro com 19 tiros, Wanderley da Cruz, 37, foi colocado ontem em liberdade após ter expirado o prazo de sua prisão temporária.
Ele cumpriu 43 dias de prisão na carceragem da Polinter (Polícia Interestadual), no centro do Rio de Janeiro. Cruz é assessor do suplente de Jesus, deputado Marcos Abrahão (PSL), suspeito de ser o mandante do crime.
De acordo com a polícia, para que Cruz permanecesse preso, seria necessária que um juiz decretasse sua prisão preventiva, o que não aconteceu.
Cruz foi preso em 7 de fevereiro com os dois suspeitos de terem assassinado o deputado, Jorge Luiz da Silva, 31, e Adilson da Silva Pinheiro, 30. Os dois estavam presos em carceragens de diferentes delegacias no dia do assassinato. Os três suspeitos negam participação no crime.
Mesmo presos, segundo a própria Secretaria de Segurança Pública, os dois suspeitos teriam se encontrado com Cruz em um restaurante de luxo da zona sul da cidade, dois dias antes da morte.
O assessor parlamentar teria pago R$ 30 mil a cada um deles para matar o deputado estadual. De acordo com uma testemunha ouvida pela secretaria, os dois presos costumavam sair das carceragens para cometer crimes.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Assembléia Legislativa do Rio abriu processo em fevereiro para julgar pedido de cassação de Marcos Abrahão, por quebra de decoro parlamentar.
Durante a apresentação de sua defesa, em 10 de março, Abrahão afirmou ser inocente. Cruz foi ouvido pelos deputados no dia 14 e disse nunca ter visto os dois supostos assassinos.
Também foram ouvidos no processo os dois supostos assassinos, uma das testemunhas e o deputado federal Bispo Rodrigues (PL), amigo de Paiva de Jesus.
Prestarão depoimento hoje à tarde o secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, e o chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins. O resultado do processo deve sair no início de abril.


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